quinta-feira, 15 de julho de 2021

 

Circunstâncias

 

Diz posso ir onde queira,

Dizem... Mas não posso,

O querer tem um muro

Intransponível por agora,

 

Ir onde e como queira

Sem ferir minhas mãos

Nas dores da ignorância

Que fogem à memória...

 

Quando te conscientizo

Dessas fraquezas frente

Forças indo-se embora

 

E mentes confessáveis,

A alma dessas derrotas

Decompõe em vitória

 

Remeiro

 

Quem tem o remo à mão

É que manda no rumo da viagem,

Nós outros somos passageiros,

Levados pelo remeiro

Sem dar palpite na meta

Ou no fim da estiagem...

Não tenha medo da viagem,

Deixa pro remeiro...

Não tenha pesadelo no sonho,

Deixa pro remeiro...

Não bote fé no vazio da estrada,

Deixa pro remeiro...

Quem tem o remo à mão

É que manda no rumo da viagem...

O resto é micagem.

sergiodonadio

domingo, 4 de julho de 2021

 

Tretas

 

Quando me pergunto,

Não tenho resposta:

O que fiz do tempo levado embora

Se o tempo fosse contado em horas?

De que me culpam quando se olham

Como se já estivessem mortos?

O que espero deles, além do conforto

De ter vencido tretas de dissabores?

Quando me pergunto,

Já tenho resposta:

O que me fez o tempo ficar de fora...

Agora estamos quites,

O encanto de habituar-me à vida

Não foi embora...

 

 

sergiodonadio