domingo, 29 de junho de 2014



Para os dias da idade
Devemos sorrir enquanto
Não se faça tarde...

Nós estávamos lá,
Entre jabuticabas
Catadas no pé
E espinhos na redondeza,
Havia um fruto doce
Chamado infância
Que degustávamos
Sem pensar o quanto
Nos adocicava.

Para os dias da idade
Devemos sorrir enquanto
Não seja tarde.

Sergiodonadio.blogspot.com

sexta-feira, 27 de junho de 2014



Lição do destino


Entre tantas lagartas
Apenas algumas
Tornam-se borboletas.



Caminhamos com medo
De repetir os passos
Errados de nossos pais...

Caminhamos segredos,
Tempo passado silêncio,
Degredos casuais...

Caminhamos... Mas quem
Ensinou-nos caminhar,
Se não o erro dos pais?

Sergiodonadio.blogspot.com


quinta-feira, 26 de junho de 2014



Grupal


A hora menos amarga,
O canto menos cinza
Das paredes cinzas
Desfeitas pelas brasas,
Uma ilusão de verdades
Sobre estórias dos antigos,
Profusos em imagens
E miragens...

Apenas somos o que somos,
Vestidos homens,
Desvestidos párias
De uma sociedade que influi
Nas ações de cada indivíduo.
Como somos agora gregários
Ao ponto do isolamento
Ser coletivo.

quarta-feira, 25 de junho de 2014



Livres-arbítrios

Ninguém pode privar
 Alguém de sonhar...
A forma de realizar-se
Em liberdade...

Atarefados em preceitos
Não concitamos a nudez,
Vestida de ideias novas
Sobre a palidez de outras,
Opressas de se ver nuas,
Porém ornadas em gala.

 Entravados em conceitos
Tolhemos à nudez das
Formas a possibilidade
De vestir-se, sem que
 Envergonhe o que se vê,
 Desvestido desse nada.

Ninguém pode privar
Alguém de pensar...
A forma mais acabada
De liberdade.


                                                                          Amenidades

O dia a dia dos brasileiros em geral é feito de “amenidades”, como se vê pelas impropriedades dirigidas à Presidente da República nas aparições públicas, Pelos assaltos de pequenas aposentadorias a grandes sacos de dinheiro, pelos arrombamentos de caixas eletrônicos, casas, de postos de gasolina, campeões de frequência, de pessoas idosas, espancadas para entregar de anéis a dentaduras... O clima de pavor das comunidades das grandes cidades, uma guerra sem sentido, está se expandindo para o interior com consequências danosas na reação das pessoas, que se amedrontam até de explicar um endereço a um perdido passante, de um pedido de um copo de água em suas portas, rádio, TV, jornais, se encarregam de propagar a triste realidade desse dia-a-dia, aquele povo cordial, de outros tempos fica retraído em suas carrancudas defesas, frente ao turbilhão de acontecimentos, de pancadarias sem motivo, se é que possa haver motivo para pancadaria em algum momento, como está-se vendo. Por outro lado, com o acobertamento  dos noticiários em tempo de copa do mundo, o retrato daquele jeito brasileiro parece voltar ao semblante nosso, vejamos a locomoção dos assistidores desses jogos, dá para acreditar nessa calmaria que se vê pelas estações de TV, mostrando a entrada e saída dos estádios sem balbúrdia, depois das greves dos metroviários de uma semana, do raivoso tema “não vai ter copa” dos últimos meses, das agressões dos sem tetos e policiais mutuamente, nas frentes de batalha? Dos xingamentos às autoridades aos piquetes nas imediações dos estádios, tudo está sendo apagado das reportagens pelas emissões programadas da FIFA para seus confrontos futebolísticos. Nesse clima entre copa e cozinha (o pré cozimento dos candidatos) se delineia um campo de batalhas mais virulento, somado às UPPs e a resistência dos PCCs, quem leva balas perdidas, como em todas as guerras, é o cidadão, de qualquer idade e procedência, desarmado em todos os sentidos, do coldre à alma, morre dentro de casa, se perguntando: o que que tenho com isso? Por um terceiro prisma, esse sistema de governar, em todos os níveis, inaugurando obras inacabadas, e até inexistentes, linhas de trem, metrô, viadutos, aquedutos, portos, placas de vai e vem pela aí afora, como se fosse normalidade o que é uma disparidade nos leva, enquanto moradores desses burgos, a desacreditar de todos, criando um clima de desolo até para fatos conclusos, como os jogos da copa, pequenas obras pragmáticas que passam desapercebidas, mas que são importantes para o ir e vir, para o atendimento melhorado em alguns postos de saúde e escolas, etc. tudo o que de pequeno se faz alguém dirá: Só isso?
Essas “amenidades” que se aprofundam em nosso meio estão tornando o brasileiro comum num ser incomum, ou seja, fechado em suas convivências pelo medo, pelo desolo, pelo atarefamento com suas próprias agruras frente à paralisação que os índices mostram, não fora eles, a própria avaliação do bolso, cada dia mais raso a enfrentar os custos imprevistos.