domingo, 31 de janeiro de 2016



Pisoteísmo

Quando ouço certas palestras,
Rezas mancomunadas,
Promessas politizadas...
Penso nas quantas psicoteistas
Ofertas plantonadas...
Dessa vida crente, cega,
Ornada de bendições curativas...
Que levam ao nada!
Essa fé cega, faca afiada,
Esse crentismo nas coisas
Inválidas... Na necessidade
Dessa palavra... Essas palavras...
A quantas leva essa palavra
Em nome de um deus
Invalidado pelo ateísmo
Dessas palavras...
E olha que eu creio!
Creio na verdade do Senhor,
Distraidamente lesado
Pelas palestras... Pisoteadas.

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Editoras: Saraiva,Perse, Incógnita Portugal
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sábado, 30 de janeiro de 2016



Desencantamentos
Para as noitadas carnavalescas

O que se faz querer,
Visto à primeira vista,
Encanta, bem por isso...
Se amanhã, de ressaca,
Acordar sóbrio a mesma
Encantadora pessoa...
Muito que bem,
Se a companhia da noite
Virou abóbora... Bem,
Todas as noites são pardas
No enovelado olhar gazeado...
As pessoas da noite
Mostram-se coloridas,
Além das verdades vividas.
Embora se espere que o mau
Se mude... cada pessoa
Deve amar que não se mude...
Ao sol da sobriedade
Revivida.

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016



Eu sou melhor dormindo


A vida não parou,
Bukowski, você é um merda
Que se entregou ao vício...
Alian disse se é preciso beber
Para compor poemas...
Mas a poesia está nas coisas,
Infestada de palavras ocas
Para explicar o inexplicável:
-Eu sou melhor dormindo!
A casa se faz silêncio.
A vida faz-se por extenso.
O cão assossega.
Alian, não é preciso beber,
É preciso dormir para ser poeta.
Como descobri isso? Dormindo.
Drummond não bebia, eu disse.
Mas Vinicius bebia. Ele disse.
Estamos quites. Leminski bebia,
Eu durmo, mas estou aqui
Há sete décadas respirando.
Eles não. Bukowski, porra,
Por que desistiu antes?




Bandeira lutou tanto...
Quintana asilou-se,
Drummond enamorou-se,
Hilda mancomunou-se...
Por que é preciso sofrer
Para enxergar a poesia,
Surgida do nada ser?!
Eu durmo para não ceder
Ao tédio de viver 24 horas
Acordado nisso de fazer versos...
Quem pode saber de nós, Alian,
Senão depois da morte física?
Mas eu não vou morrer antes
Para satisfaze-los...
Vou apenas dormir,
Como Quintana,
Profundamente...


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