quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020


Acenos

Os braços,
Presos a um corpo,
Às vezes alcançam infinitos...
A inversão de uns olhos
Que perscrutem pensares
Pode adultera-los
A ponto de terem razão
Seus equívocos vários...
Mas os braços
Colhem abraços amigos,
Ou inimizados,
Inventam gestos,
Expõem coragens...
Os olhos apenas piscam
Ao medo do contato...







Sobre o brilho dos ossos

Sobre o brilho dos ossos
Promessa de nova vida,
A que foi negada em seguida...
Sobre o brilho dos ossos
Uma nova esperança,
Que em criança foi prometida...
Quem sabe, agora, entre féretros,
A resposta seja a mesma,
Hoje entendida?













Ciclos

Tome cuidado,
O passar do tempo
Talvez seja o fim
Da primavera...








O corpo é grande parte água?
Já considerado o que se perde
Em lágrimas?







A procura no espelho

À procura no espelho
De uma perdida imagem
Que a mente mais pura
Interage...
Mas tão vulnerável
Esta vivida figura
Se toucando de flores
O vermelho da face,
Um conjunto de cores
Que realce...
Pede tempo ao tempo
Que lhe acorre rindo
Pelas rugas das faces,
A vivacidade dos olhos
Que ainda estão indo
Em confronto com a dor
Entrevada no tempo,
Vindo... Vindo...
Na ternura da face,
Que passe...




Sedentos
Se dando à vida,
Sedados
Se dando a vida...








As dores induzem
À morte,
Mas a morte cessa
As dores...








Aquário quebrado,
Respiração perdida,
Sufocam a vida...









A inconsciência
Da criança procura
Esmaecer as dores
De findas vivências...









A saudade que me veio
Dói como um brinquedo
Partido ao meio...








A bala perdeu-se?
Finge-se de morto
O que sangra o peito
De assustado afoito...






Inspiração?

Não nascido para a fama,
Mas para o submundo
Que me ama...
A voz desarticulada,
Gestos irados ao certo,
A construção da imagem,
Miragem?
O palco é o papel
Que em pouco diz tudo
Entre o fel e o mel
Pingando mensagens,
Cada gota uma energia
Que constrói nadas...
Profundamente nadas
Na gota dos dias...







As cores que os olhos veem

De cada mente
Parte uma retórica,
As cores que os olhos veem
Podem não ser reais...
Mas a querência de que sejam
Cores ideais...
Azuis se as queres azuis,
Brancas se não as colores...
As cores que os olhos sonham
São as cores menores
Desse impacto diverso
De céus e vasculares
Descolores... 









Quando o tempo se estende

Quando o tempo se estende
Além do tempo premente
Relembrar as cores da tarde
É uma extremada saída...
Talvez o verde das pastagens,
O preto da jabuticaba madura,
O sal amargo dos destemperos
Verdura cena de laranjas caídas
Daquelas árvores cheias de vida...
Quando o tempo estende além
Do tempo por melhor do vivido
Tende a ser dividido em noções
De quando a lembrança apaga,
É o remédio amargo emedado
Pelo doutor, inda não nascido,
Para tal engenho se faz empenho
A prolongar a olvide em delonga
Da sofrida dita melhor idade,
Que nos faz vencidos...



Armadilhados

Armadilhados pela preguiça
De voltar à caça de uma fisga,
Torno a ver-me como uma vez
Me vi ater sem essa preguiça...

Que cenário armo a despedida,
Que ideia vaga me faz saudade
Desse canto acabado em nada...
Que paz é esta paz vencida?

Que forno, este que inda assa
O pão que nos abonou a vida?
Esse pão aziago é o dia a dia?

Armadilhado por essa preguiça
Volto ao cabeamento a sonhar
O novo desses acabados dias...







De cada mente
Uma retórica...
De cada vente
Uma histórica...








O amor desfeito
Tinha algum defeito...








Tempos de espera

Jovens esperançados pela sorte,
Idosos asilados à espera a morte.
Mamães à porta das escolas,
Futuras mães à espera da hora,
A quadragésima semana de horas.
Perdidos na praça esperando a espera
Com certa demora ao badalar dos sinos
A anunciar o fechamento do dia,
A tristeza esperando de novo a alegria,
Um tempo novo desse povo,
Um povo novo com seu estorvo...
Adolescentes esperando maturar-se,
A fila que não cuida de cuidar-se...
A parte fraca esperando da parte forte
Que se dedique a leva-la pelo braço...
O saudoso esperando um abraço
Do ausente esperado presenciar-se...
Guerra esperando a paz anunciada.
Enfim, a esperança esperando a morte,
Que chega em seu galope
Como a consorte esquecida
De esperar a vida...
sergiodonadio


Como pode parecer grandes
Os pequenos aconteceres...


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020







Ditos-cujos






                             Poemas


























Ditos-cujos

Agora,
Que alguns se foram,
Acendo a indignação
Pelos atrasos de tornar
A vê-los...
Agarro-me ao escuro
Que a página em branco
Me administra saber
E
Me posiciono a reconhecer
Os que passaram incólumes
Dos que ficaram ladeados
Ao sentimento de ser
Que me abrange no todo
E me expõe ao erro
Acertando minha consciência
Como um soco no queixo.





Viajamos juntos
Nessa viagem infinda
De conhecer valores,
Inda que trôpegos,
Canhestros,
Válidos para validar
Nossos interesses,
Nossos defeitos menores,
Cada um
Com seu cada
Jeito.
Pode ser que sejamos
Hipócritas
Mas bem-intencionados
Reviramos nossos baús
De passados...






Quantas manias...
Quantas letargias
Empenhadas,
As víboras
Sendo víboras
Disfarçadas...
Quantas benesses
Deixamos de usufruir,
Por companheirismo?
Talvez pela ousadia
De sermos
Tímidos...
Cruzamos
As porteiras proibidas,
Jogamos malhas
E malmequeres...
E nos tocamos aqui





Numa intensa
Hegemonia de valores,
Desvalores?
Enquanto a vida
Esgarça
Somos induzidos a saber
Onde erramos
E seus porquês.
Intuídos nos dispersamos
Em remotas direções,
Perdidas
Nos aconchegos
Da boa vontade,
Mesmo que erradamente
Caminhamos
Para essa finalização
De passados.





Esses dias
Foram de orgias
E apedrejos
Mas esse dia
Termina
Logo cedo
Entre as planuras
Da vida adulta
E
Os insultos
Da juventude
Esgarçada em erros...
Esmail partiu
Inda cedo
À procura da fonte
De seus degredos...






Beto se indispôs
Com a própria vida
E se fez mártir
De sua derrota,
Tantas vezes vista
E procurada
Ser corrigia
Nessa ordem...
Outros se dispuseram
Viajar sem rumo
E foram-se adurindo
Ente premissas
E respostas
De ficar rico de dinheiros
E tão pobres de nivelo
Entre o certo e o errado
Em cada gesto...





Pessoas são anjos
A pequena distância
Se sobrevierem.
Ainda passo
Num bar sujo
A ver se lá estão
Nossos passados...
Mas não,
Banquetas vazias
Me desanimam
De procurar
Companhia
Na sujidade do lugar,
Que parecia limpo
E asseado
Quando isso não valia
Mais.





Atravessando a rua
Ainda podemos assistir
Numa vitrine a Tevê
Nos condenando
A incapazes
Com suas fake News
Descaradamente
Anunciadas verdades
De cada vertente...
Ainda bem que
Não éramos letrados
Para entender recados
Analógicos
Das paradas verbais
Que impunham
Detratores
Como oficiais de zelo.





Deram-nos
Refrigerantes
Para ouvirmos
Palestras
Em silêncio,
Qual o que...
Nos digladiamos
Contra aquelas
“Verdades”
De graça pudemos
Tomar os refris
E discordar
Em silêncio,
Calados pela sede
De beber o líquido
E cuspir palavras
Que diziam
Nadas.




Meninos e anjos
Não estão prontos,
Cunhados fracos
Irão acrescentar
Seus valores
Ao fabrico deles
Antes da perfeição
Das ideias formadas,
Aí é o momento
Em que anjos e meninos
Viram lúcifer
Na lucidez dos fatos
Decorados prontos
Nas cabeças
Desordenadas...
Meninos anjos
Se desfazem no banho...





A pressão holística
Parece ser tardia
Quando nos alcança
Em plena letargia...
Os muros descascados
Resistem aqui
Entre heras e formigas,
Rebatizando mentes
De vinda e ida
À procura de uma verdade
Consumida...
Quem sabe agora
Desviemos nossa história
Para novos horizontes,
Mesmo que embaçados
Nas verdades conseguidas
A ferro em fogo
Em nossas partidas...




Parece que somos
As escarradeiras
Daquelas salas
Desde a invasão
Nos casarões ornados
De meninas moças
E velhos senhores,
Carcomidos pelo sonho
Perdido nas viagens...
Mas nos sentimos
Cristais em cristaleiras,
Frágeis,
Sujeitos a serem quebrados
Pelas verdades escondidas,
Quando encontradas
Nas velhas salas
Dos casarões desse passado
Entre escravizados
E alforriados pela verdade.



Encarnações de escravos,
Desde Roma à África,
Levados de seus sonhos
A viverem pesadelos,
São esperados ainda,
Dóceis? Manietados!
Agora que jovens escravos
Reivindicam direitos,
O quinhão a ser dividido
Meio a meio?
Talvez uma parte maior
Ao que antes veio...
Preso entre paredes
Desse túmulo enfeitado
Há de se ver o passado
Com a vergonha
De não ter passado!





Quantas verdades
Insistem em ser
Escondidas
Nas franjas?
Quanta deselegância
Habita essa elegância
De ternos e gravatas
Em reuniões fajutas,
Que querem decidir
Quando o fim da luta?
Esses sussurros
Entre cadeiras elegidas
Faz tremer a raiva
Incontida...
Somos mais velhos agora,
Seguramente informados
Dessa barbárie...





São ouros nomes
Para as mesmas faces
Energúmenas,
Capazes de produzir
Mentirosas verdades...
Os olhares dos gatos
Que se lambem
Nos ermos da sala
Denotam o quanto
Não confiam nesses
Que esbravejam
Quando falam
Cuspindo goela abaixo
Suas parições de fatos,
Boatos desavergonhados
De serem boatos...






Na rua
Velhos amigos passam,
Mesmo que estejam mortos,
Partidos em saudades...
Viram as cabeças
E negam viver outra vez
O mesmo ego
De quando transitavam
Corpo e alma
Sob o cassetete do guarda
Exponde ideias novas,
Mesmo que erradas...
Velhos amigos passam
Pela memória os fatos
Aqui destrinchados
Em velhos sonhos
Desfeitos n’agua...





Agora jovens da vez
Marcam seu território
Com o mijo da insensatez
Em cada poste...
Deixem passar essas presas
De novas promessas
Vazias...
Deixem viver outra vez
Esse sonho em poesia...
Que todos têm de ter
Sua chance de conhecer-se
A cada avaria...
O velho gato pergunta
Se reconheço as paredes...
Não sei responder,
Elas estão pichadas
Com os desvãos da vez.





Desmemoria
É uma desculpa para
Pensar que se engana
O futuro
Apagando o passado,
Mas ele está nas cabeças
Pendurado em cada mente...
E se faz presente!
Por substância
A experiência discursa
Suas passagens na luta
Que foi a sobrevivência...
Sobrevivemos?
Ou apenas nos conservamos
No formol da vivência?
Por sua vez os de agora
Meninam suas vontades
Na impaciência.




O velho gato dorme
Entre papéis de notícias
Sobre cada fome...
Houve um tempo em que
Rastejamos semeaduras
E deixamos de colher,
Por podres, tempo depois...
Lembra, menino da vez,
O que te fez e desfez?
As paredes são túmulos
Das verdades históricas
Deixadas esmaecer
Nessa pobreza memoriada...
O que será deles agora,
Velho gato...
O que poderá ser deles,
Gatovelho?
A mão que alisa o prato?



Poema do desconsolo    28/01/2020

(Em Paris, o campo da vergonha migrantes sobrevivem em uma onda de indiferença)                
Existem inúmeras tendas,
Coladas umas às outras,
De todos os tamanhos e cores,
Lotadas entre três e oito pessoas. 
São hazaras, essa minoria xiita
Que é o alvo favorito dos talibãs,
Que os torturam ou decapitam. 
Eles atravessaram o Irã, Turquia, atravessaram o Mediterrâneo
Em um barco "muito usado",
Onde dez pessoas morreram...
O chão lamacento cruza
Como um ato de equilíbrio. 
Cobertores, lonas, tapetes,
Sacos de dormir de alguma forma
Se retêm do deslizamento. 
A lama que os cobre
Não incomoda mais



Os adolescentes
Que circulam em sandálias,
Sem meias. 
Ao pé do muro baixo
Que corre ao longo
Da rampa para o anel viário,
Um monte de lixo,
A mais de 350 metros; 
Montanhas de roupas usadas,
 Muito úmidas, o inverno
As impede de secar. 
Cerca de 2.000 migrantes
Sobrevivem neste lixo gigante,
Uma favela a 3 km do Sacré-Coeur. 
Afegãos, sudaneses, eritreus,
Somalis e, recentemente,
Iranianos e kuwaitianos. 
Ao cair da noite, um exército
De ratos dobra essa população. 
As pequenas cabanas,
Consertadas com pedaços
De chapas e compensados
​​

Oferecidos pelos ciganos,
Alinham-se na parte
Superior do campo. 
São cerca de sessenta,
A maioria delas decoradas
Com cuidados ao movimento:
No chão, linóleo,
Azulejos enferrujados
E poltronas estripadas; 
Um balde ou bacia de água; 
Um fogão. Prateleiras deterioradas carregam as necessidades básicas
Do banheiro e escassas provisões,
Velas acendem um pedaço de vidro frequentemente quebrado,
Um espelho improvisado. 
A cama: uma tábua de madeira
E um colchão de espuma
Encharcado, onde duas, três
Pessoas se amontoam. 


A fé persistente: 

"O Senhor é meu pastor,
Não me faltará nada. ” 
"Deus nos leva adiante
 Tanto nos dias bons
Quanto nos ruins"

 Gravado numa parede...
Extraído de um jornal













Cujos ditos

Do silêncio
Se extrai palavras...
Se boas ou más
Depende da compreensão
De cada ouvinte...
Até aos que não diz
Nada...











A vida como ocorre:
Do medo do que fica
À calma do que morre...







Motivos que entristecem:
Ser lembrado por “havedores”
E esquecido por devedores...








Empretecimentos

Já sem saber caminhos
Percorri-os cegamente
Entre paredes empretecidas
E janelas embaçadas...
Percebi depois
Que eu é que deveria
Limpa-las
Para ver o outro lado
Dessa paisagem oferecida...
Agora viajo nessa ideia
De que tudo pode ser visto
D’outro jeito,
Menos agressivo...
Cortei árvores centenárias,
Sacrifiquei animais à faca
Para alimentar-me...
Agora sei-me vencido
Pelas manadas...




Treliças

Entrelaçadas visuais
Deixam passar ar livre
Dos efeitos dos vendavais
Sobre as cabeças altas
E as mentes desbocadas...
Aqui somamos nossos ais
Em defesa de quetais,
Arbóreos pendem
Mas não quebram,
Pensos resistem mais... 












Eu disse adeus de novo

Eu disse adeus de novo...
Não percorra meus pensamentos,
Que se alongam em frases
Desconexas...
Somos desiguais nas ofertas,
Somo igualdades dispersas
Nesses pensares frios
Entre o que dizes
E o que quererias ter dito,
De verdades...












Quando o telefone toca

Quando o telefone toca
Desperta-me a princípio,
Sempre em notícia desagradável,
De um parente adoentado...
Quando o telefone toca
E não fala nada em resposta
Ao atendimento, no silêncio
Fico possesso pelo trote...
Quando o telefone toca
Com ofertas de promoções,
Pela vigésima vez no dia,
Seja um broche ou remédio novo,
Respondo secamente
Ao empréstimo consignado da vez...
E, por fim, quando o telefone toca
Sinto-me o idiota na visão deles,
Que vai ser tungado outra vez,
Só quando o telefone emudece
Consigo perceber quão desagradável
Foi a insistência redada...  


Internet

O mundo ficou pequeno
Ou me apequeno
Frente este mundo novo?








Como podem
Parecer grandes
Os pequenos
Aconteceres...







Lembrar estórias

Todos temos rugas
Na memória...
Da sobrevivência
Das vivências,
Comprometedoras...
Se não por isso,
O que importa
Este exercício?














Truco

Estou ouvindo
O silêncio da rua,
Agora a pouco
As pessoas produziam
Alaridos...
Talvez um jogo de futebol,
Uma tômbola, um truco,
Esses jogos induzem
Ao grito...
Tempo de festejos incomoda
Quem gosta de silêncio,
Então silencio.










Na real

Estava o Poeta
Cantando à lua
Sua amarga
Amargura
Quando a lua
Fechou-se
Em nuvens...
Calou-se o Poeta
Desencantado
Com seus encantos
Com a lua
Em seu passado...












Vivo minhas dúvidas,
Minha sombra não as tem,
Vive à sombra de mim
Com seu tamanho desdém









Dita na hora errada
A palavra pode ser
A faca mais afiada...






Todos os olhares

Todos os olhares se foram
Com a paisagem escurecida,
Depois que o sol se pôs
Adivinha-se a cor do canto
Som de despedida...
Todos os olhares olham
Para o que sobrou de vida
Nas faces enrugadas
Pelo labor esquecido
Da mesma face
Todos os olhares convertem
Ao mesmo lado...












Merece algum cuidado
O que passeia
Aos olhos do condado...









Cantemos a canção
Que se canta em guerras,
Oposta da paz denegrida
Que nos traz a vida... 






Ossos desnudos

Os ossos já desnudos
Expõem quão fraca
É a ambição dos ontens...
Já disseram do tempo
Que o tempo é a razão,
Que tudo se esfola
Na podridão dos órgãos...
Do nada sopra vida nova
Da atação dos ossos
Limpados desde a hora,
Que dizem onde ficou
A aspiração das mentes
Deserdadas agora...









Sonhos infidos

Quereria tecer paredes
Que evolassem fugas
Através dos tempos,
Passassem pelos dias idos
Sem quebrar suas alegrias...
Quereria apressar os passos
Entre lamúrias inficionadas
E produzir do nada esse nada
De que não sou capaz...
Por isso a voz rouca e fraca
Não interfere nas causas
Cujos efeitos ferem princípios,
Quereria tecer fatos na poesia,
Como fizera um Castro Alves
Sobre a escravatura,
Mas não vejo possibilidade
De ferir a fera que me faz fera
Frente às conclusões dos nadas.
Mas não posso, então
Me calo.
sergiodonadio