quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Primeiro de ano, ou último...
Pouso a poeira em silêncio.
Dizem que este dia
É o último do ano,
Quem marcou essas datas
Ao avesso das vontades?
Neste dia o vento se esgota
Na ilusão de um tempo novo
Numa manhã de amanhã,
A mesma seriedade de acordar
E ver surgir formas...
Com os olhos acostumados
Ao escuro da madrugada,
Abro a janela e eles ardem...
Quem diferenciou este dia
De todos os outros, acordados?
A roda da rotina me ensina
Que tudo será igual,
Com ou sem a mesma graça...
A moçoila dispensou o amante
Por ser hoje véspera de ano novo.
Quem pode suprir a ausência,
Se não a poeira deixada pousar,
Em silêncio?
Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Saraiva,Perse, Incógnita Portugal
Clube de Autores, Amazon Kindle.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015



A meia árvore da vida

Sim,
Estamos aqui...
Passou-se o ano
Ou fica na memória
De esse desengano?
Estamos aqui, suados...
Pernas doídas, costados...
Um desmedido esforço para
Escamar o peixe, assar o porco...
Gelar a bebida esperada se servir.
O viajante pousou em sua terra,
O escrevente pousou sua caneta,
O plantador pousou a plantadeira,
O construtor pousou a picareta,
O coveiro pousou a pá...
E agora?
Um
tempo
inteiro
Para
chegar
a janeiro
E dezembro inda nem veio!    O que fazer dessa esperança que vem dos tempos de criança trazendo  alegria febril,esperar o coerente mês abril?
Sergiodonadio.blogspot.com


Sim,
Estamos aqui...
Passou-se o ano
Ou fica na memória
De esse desengano?
Estamos aqui, suados...
Pernas doídas, costados...
Um desmedido esforço para
Escamar o peixe, assar o porco...
Gelar a bebida esperada se servir.
O viajante pousou em sua terra,
O escrevente pousou sua caneta,
O plantador pousou a plantadeira,
O construtor pousou a picareta,
O coveiro pousou a pá...
E agora?
Um
tempo
inteiro
Para
chegar
a janeiro
E dezembro inda nem veio!    O que fazer dessa esperança que vem dos tempos de criança trazendo  alegria febril,esperar o coerente mês abril?
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Mesmo que não me gostes
repetir até aprender que...
Se o ano foi bom, repita.
Se o ano foi ruim, refaça.
Se foi mais ou menos, melhore.
Se sentiu raiva, controle-se.
Se sentiu o riso solto, ria outras vezes.
Se conseguiu caminhar, continue.
Se quebrou a cara, releve.
Se te ampararam a paz, retribua.
Se te quebraram a paz, amenize.
Assim é, amigo, que
os votos de feliz ano novo
Farão efeito em ti mesmo.
Não adube o rancor. Sorria...
Sorria... Mais que de bobeira
Para quem te olha de soslaio.
A vida assim é de inteira paz.

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015



Perfis humanos


O que somos, como nós?
Perfis humanos,
Do nariz de cada um,
A boca, os olhos, a matriz
Onde finamos sentimentos
De quem somos nós...
Desde quem me olha
E não me vê,
Ao que me sabe e não olha
O sorriso ou o choro ou
Aviso de morrer.
Assim, a cada riso ou choro,
Pereceremos algum outro,
Que partiu, que não veio,
Que ficou nos pareceres...
Sólidos pioneiros do vir a ser,
Somos o motivo de ficar
Plantados à beira mar,
Floridos nas ribanceiras,
Depois areia e pó das covas
A cada olhar furtivo ver
O resto de não ser.

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domingo, 27 de dezembro de 2015



A isso você chama de bondade?


Terminam os festejos natalinos...
Esquecem-se de distribuir as sobras,
De não comentar as gafes,
De perpetuar as fomes...
O que isso tem a ver
Com o nascimento, e, principalmente,
Com a morte deste Senhor?
O que tem a ver essa bebedeira
Pelas ruas, pelas casas?
O que tem a ver esse consumismo,
O Santa Klaus, as vitrines exibidas,
Férteis camuflagens?!
Hoje é o dia seguinte...
Com seus haveres e deveres
Perpetuados... A inadimplência
Dos endividados... Com os seus,
Com os menores abandonados,
Com os idosos desamparados...
O que tem a ver os haveres
Se os deveres são apagados?
Nem as sobras... Nem as sobras
São doadas aos miseráveis!

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sábado, 26 de dezembro de 2015



O dia saudável


No dia saudável
É o recomendável
Gerar alegrias para a tristeza...
No dia saudável
A vez de sombrear ações
De bem viver as asperezas...
O dia saudável
É o festejo da manhã
Sem o despejo das passadas...
Depois de uma comemoração
Desse natal sem pejo
O dia saudável
É salvar das sobras a alegria
De poder segurá-las ao riso,
Ao choro, ao improviso
Desdouro das idas...
Pior para este dia
É a preocupação pelo erário
Dividido em salários
E dívidas...
O dia saudável
Desfaz despedidas.
Sergiodonadio.blogspot.com
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