domingo, 28 de setembro de 2014



Braseiros


Por todas as derrotas
É que estamos aqui,
Apaziguados pelos tempos idos,
Pisoteados pelos vindouros...
Aquilatados pelos devedores
De alguns favores...
Portanto,
Não percamos tempo
Em monologar frente ao incauto,
Esse que pisa brasas
E pensa não se estar queimando
Mesmo com suas bolhas,
Que julga merecidas.
Por todas as derrotas
Estamos aqui,
Porque o vencedores
Estão de ida.


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sábado, 27 de setembro de 2014

Conluio


Minha alma coube neste corpo,
Por isso nos damos bem desde...
Minha alma soube como frisar
Os eixos desse caminhar torto,

Por isso viajamos juntos desde...
Como sorrimos das intempéries,
Como desviamos das tempéries
Que por descuido conflagramos.

Por acaso dos acasos cuidamos
De caminhar sobre as sombras
Que espalhamos, sem tombos.

Minha alma é celeste e firme
Assim nos conhecemos perto
De caber no que nos amamos.






O paladar das ostras


A palavra que coubesse
No que eu disse,
Não chegou a tempo.
Pena que não possamos
Dialogar os termos
Desses momentos...
A palavra não tem entendimento,
Apenas surge
E abocanha as vontades de pensar
A esmo
Sobre o paladar das ostras,
O cheiro da canela em pó...
A palavra é assim soberana,
Não tem dó.









Lições de guerra


Abro a porta,
No ninho os pintainhos
Se calam a medo...
Antes piavam sua fome
Esperando a passarinha
Que não volta cedo...
Abro a porta,
Eles não me sabem
Homem ou gato
Ou percevejo...
De mim tomam cuidado
Do outro tremem medo,
Mas se for o inseto
Seriam eles predadores
E não os predados.

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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DIANTE DOS PROGRAMÁTICOS POLÍTICOS PARA A PRÓXIMA LEGISLATURA, A QUEM NOS APEGAR?
sabem aquele apedrejamento, costume de penalizar inocentes, quando se enterra a pessoa até o pescoço e a apedreja até a morte? é isso que estão fazendo conosco, povo brasileiro, mas parece que estamos anestesiados, somos apedrejados pela ação governamental( de todos os governos) a cada pedra, golpe, falcatrua, sangramos mais um pouco... e vamos morrer disso, porque nao temos saída à vista. pelo amor de um deus, mesmo que seja ateu, olhai por nós!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014



Eu tenho medo
(da aprensibilidade elegida)

“Eu tenho medo
Das leis da natureza,
Que perfazem vidas.”
Eu tenho medo
Da verdade escondida.
Eu tenho medo
Da fé ensandecida.
Eu tenho medo
Do ateísmo surdo.
Eu tenho medo
Das fases das vidas.
Eu tenho medo
Da reação dos silenciados.
Eu tenho medo
Do escondido passado.
Eu tenho medo
Da oferta desmedida.
Eu tenho medo
Da fossa encardida
Na mente deteriorada,
Da promessa urdida
Na mentira deslavada.




Eu tenho medo
Da procissão dos ossos
Frente à assumida
Sumidade de mentir,
Vertida em verdade
Tantas vezes dita.
Eu tenho medo
Da inserida paz imerecida
Na palavra...
Sim, tenho medo da palavra,
Em sua força aturdida,
Pois aí não teremos nada
Conseguido sob o medo,
Ou apesar de...
Do nada feito muito
Eu tenho medo
desse mundo
Ilhado pelas palavras
Que trafegam fatos,
Boatos dos acontecidos...
É... Eu tenho medo
Da face oculta do larápio.




Eu tenho medo
Dos apenados soltos,
Afanados mortos,
Liberados tortos.
Eu tenho medo
Do que se diz honesto
Quando se diz mágico...
Eu tenho medo
Dessa mágica que faz
O sobrevivo de otário,
Na infinda promessa
De melhora ao fraco,
Que entende vero
O que seja plágio!
Eu tenho medo
Do futuro enganado
Na visão lustrada
De um espelho opaco.
Eu tenho medos...
E por que não teria,
Da inconsciência
Do prometido pronto,
O inacabado.



Eu tenho medo
Do amanhã ensolarado,
Em chuva,
Como fora névoa
A fumaça incendiada.
Eu tenho medo
Da não palavra,
 A que diz tudo
Sem dizer nada,
E, desse nada
Tira lágrimas...
 Eu tenho medo,
Eu tenho medos...
Eu tenho medos...
Como tenho medos...
Da visão dos homens
E seus segredos lassos.

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sábado, 20 de setembro de 2014



Sobre campanhas fétidas


Depois de um dia tornando
O colorido em branco e preto
Há de se repensar assuntos:
Por que discutir maledicências
Como essa luta por poder. Se
Podemos discutir poeticamente
O poder da poesia, singular,
Ativa, independente de quem
Humilha quem, ou se humilha
Para vencer o derrotado?
Nessa trilha, de poetar, e,
Acima de isso poetizar, olhemos
Com desdém a farra que se faz
Nessa época de penúrias
Do bem alçado ao mal feito...
Tornemos desfeito esse mal
Ignorando-o literalmente,
Já que irreal e irrelevante
Decimal.

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terça-feira, 16 de setembro de 2014



Ladinices


Hoje estou aliviado,
Talvez sem motivo aparente,
Apenas um sabor de ter feito
O que deveria ser feito
No feitio dos antigamente,
Olhando as crianças no parque
Entre garapas e sorvetes
E aquelas gangorras de antes
Voltando a ser novamente...
Hoje senti a presença
De um tempo inerente
Em que eu brincava assim,
Sem segredos.
Hoje me sinto feliz,
Além de estar alegre,
Porque volto a ser menino
Nesse sentimento ladino
De me sentir inocente.

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