quinta-feira, 23 de novembro de 2023

 

Utopias válidas

 

Quando eu já não estiver

Entre seus assuntos,

Espero esteja entre

Suas orações pensadas

De ações que arcamos junto...

Que nossas histórias

Se cruzem nas mesmas

Esferas prometidas boas...

Que nossas viagens

Suportem as intempéries

Nos retratos amarelecidos...

É querer muito?

 

sergiodonadio

domingo, 12 de novembro de 2023

 

 

 

 

Enquanto muitos riem

Alguém ainda chora  

Ao nascer a aurora

 

 

 

 

 

 

Erros do passado não têm conserto

Mas é um espelho a refletir-se...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Se perpetuam

As vagas lembranças,

A tornarem-se

Esperanças...

 

 

 

 

 

 

 

 

Temos a paz

De viver sonhando...

 

 

 

 

 

 

 

 

Há poesia nos pequenos gestos,

Sei que já o disseram mil vezes,

Mas o silêncio que secou lábios

Inda protege os tempos de penúria

Entre solfejos e vozes murmuradas

Nesta escura ótica dos nadas...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Às vezes a verdade se contradiz

Pelo medo de ser contraditória

À palavra dita entre sorrisos

E maldada à força da estória...

 

 

 

 

 

 

Continuo à procura de mim

Nas crianças dessa rua,

Que vai e vem em mim...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hoje este pão amargo

Da manhã insalubre

Apenas retrata o antro

Onde me desiludo...

 

 

 

 

 

 

 

 

Dizem que estou na terceira idade,

Me entendo na terceira inf^NCIA...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O relógio cuco não funciona mais,

Está morto, tanto quanto quem mo deu

 

 

 

 

 

 

 

 

A MEMÓRIA É COISA

QUE GENTE INVENTA,

MENTE, E SE ACREDITA...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O MILAGRE DA FLOR

É NÃO SE IMPORTAR

COM OLHARES INVEJOSOS

 

 

 

 

 

 

 

 

SINTO SEMPRE A SENSAÇAO DE ESTAR CAINDO,

ÀS VEZ CAIO...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NÃO SE PODE

MONTAR NUM POEMA

COMO NUM CAVALO,

MAS PODE-SE CARREGA-LO,

COMO SEU CAVALO...

 

 

 

 

 

 

 

SIM, VOCÊ PODE

ENRIQUECER O OUTRO

SEM FICAR EMPOBRECIDO...

 

 

 

 

 

 

 

VENDO A MORTE

CEIFANDO

ESTE MENINO

A VIDA PERSISTE

NO NÃO SER

 

 

 

Estolar

 

Estão acomodados

Numa varanda proibida,

Por serem brancos demais...

O bairro veste-se fúnebre

Pelas mortes desacostumadas

De tantos jovens afáveis...

Daqui souberam os fatos

Tornados por si, boatos,

Onde permeia a loquaz

Interferência dos beatos

A conferidos ladrais...

Nessas manhãs nevoadas

Ladram pelas calçadas

Fugidos cães a fanar

Pratos deixados a meio

Que a fome os trouxe

E não veio.

 

sergiodonadio