domingo, 29 de dezembro de 2019


Conclusões de novo ano

Ao ser que me acompanha
Tem suas manhas:
-Você, que não existe,
Fiz por cria-lo de olhos mudos,
Ouvidos moucos a estes alaridos...
-Você, que se esbalda no que crio,
Que faz parte deste crivo,
E me acolhe ao menor ruído,
Tem o medo à infantilidade
Como a um bicho escondido
Em minhas partes, esvaído,
Mas sabe bem desviar-se...
-Você, premido pelo frêmito
De avir-se enganado ao ser
Que sou neste emaranhado...
-Você, que me vive
E ordena que eu viva,
Obrigado!
sergiodonadio

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019


Enforcados

Tudo que penso saber
Aprendo olhando as pessoas,
Que mentem acreditando no que mentem,
Vi um homem atirando em seu cão,
Desesperado com seus modos rudes
Desabafou no olhar tranquilo do cão,
Que já não aguentava assistir...
Tempos depois deu um tiro em si!
Aprendo observando comportamentos,
Não do mundo, indizível, de tão complexo,
Dos humanos, e suas ações inconsequentes...
Das pessoas equilibradas, sorrisos falsos,
Às desequilibradas e sua sinceridade,
Não enforcam, são enforcadas,
É, este mundo, medido pelos mandantes
Com sua própria régua, onde cada um
Pode dizer o que está vendo, no outro,
Sem saber o que outro vê em si mesmo,
Duplicado... Ah, este mundo...
Tao desesperado.


Estou vergando aos anos
Mas sei as saídas
Pros meus enganos...








Somemos as horas vividas
Que, de partida em partida
Aprendemos a despedida...






Células

O telefone
Toca de novo,
Desliga quando atendo,
De novo...
Pensava que o telefone
Tinha sido inventado
Para falar à distância,
Ledo engano...
Esses celulares
Afastam as pessoas,
Que não se sabiam
Celulares antes...








A força que me resta

Vou usufruir do encanto
De estar vivo neste instante,
Findando o ano,
Aprazível ano para quem
Soube vive-lo...
Vejo a claridade, antes obdurada,
Talvez tenhamos tempo
De ainda somar dias
Às horas desperdiçadas...
Deveria ter vivido mais
A retórica de argumentar os medos,
E vence-los pela iniquidade...
A força que me resta
É caprichosamente levada
A ter-se presente
Para cada parada indigesta
Que a viver-me ainda resta...
sergiodonadio


Anáguas nervosas

O mundo está malcheiroso?
Se tudo estiver
Tao ruim quanto parece,
Dê a descarga.
Está fedendo podre
Com tantos correndo atrás
De nada...
Olhando para todos os lados
Me parece quase promissor,
As flores que murcharam
Estão revivendo,
Os gatos sumiram,
Os patos se foram,
Os dias reverteram-se
Em anáguas nervosas,
É tanta merda escorrendo
Sem sentido...



O cheiro dos eucaliptos

No corte da lenha verde
O cheiro da resina se expande...
São tempos de corte de verbas,
De seca das hortaliças,
Então corta-se os eucaliptos
A cobrir despesas...
Além da grana faltosa
O cheiro dos eucaliptos
Chora...











Tempos natalinos

Quem se importa,
Se os amigos do peito
Foram embora?
As luzes piscam desanimadas...
Os cantos repetem-se
Amargamente saudosos...
Tempos de natalidades,
Eu me importo
Com o vazio das mesas
E as almas chorosas...










As provisões para o inverno

São pratos fundos,
Pensares rasos,
Olhares profundos
Enquanto válidos...
Quem esperamos para o jantar?
Apenas pessoas animosas
Comparecem para a colheita
De uma galinhada sem graça,
À espreita...
Quantos seremos à mesa
Se todos se foram,
Uns por ausência demorada,
Outros por presença
Indesejada as provisões
Serão refeitas...  





Diferenças

Todos os natais
Poderiam ser iguais,
(Não fossem diferentes)
A obviedade disto,
De perceber diferenças,
É que faz os natais
Cada vez menos iguais...
Talvez porque não nos reunimos,
Talvez porque nos cansamos
Daqueles natais iguais...
Não nos presenteamos mais,
Nem secretamente amigos...
Enfim, este natal será bem diferente,
Com três ou quatro pessoas
Em cada mesa,
Olhando o pisca-pisca armado
Tentando enfeitar a janela,
Ainda aberta, deserta,
E a mesa, com a mesma ceia,
E menos gente...

sábado, 21 de dezembro de 2019

Reflexões sobre o natal de 2019
Como disse Henrique Gregori, numa visão diferenciada da vinda de Jesus Cristo, “Um obscuro rapaz judeu há muitos séculos pregou a igualdade, foi destituído, trocado por um ladrão, supliciado numa província romana. Este era o homem de Deus! Mas isso é levado a sério?” Ainda na palavra de Gregori, vejamos os Papas, defensores de uma igreja baseada neste Cristo, alguns realmente notáveis, outros santos, mas os houve até escandalosos! Diplomatas, influentes, poliglotas, prestigiados, poderosos e até perseguidos... Mas isso não importa aos pastores, crentes nesse rapaz que mostrou o caminho da fé benevolente. A pergunta é: Até onde os religiosos seguem sua orientação, para venera-lo explicitamente, se os vemos a contradize-lo em atos e promessas? Vinte e um séculos depois persiste a dúvida: Zaqueu, o odiado cobrador de impostos foi reconhecido por Jesus, quando visitou Jericó, que o mandou descer da árvore onde trepara para ver Jesus passar, e tornou-se seu seguidor, doando seus bens, venerado ainda hoje como santo, seria mesmo desse modo, monocórdico, que se estabelece a verdade? Como tantos outros casos, ditos e contados por sucessores, e duvidados por Gregori, entre outros: Os romanos, com tanta capacidade de organização do Estado como diretriz, sentiram o perigo naqueles “loucos’ que acreditavam em outro mundo, por isso perseguidos, porque o Império não suportava, como ainda hoje não suportam, uma força maior que a sua, na ordem das causas, levadas a termo por um ser superior, morto e redivivo! Nos dias atuais ainda é preciso descer da árvore das vaidades, dos valores monetários, do poder dos cargos, elegidos ou hierárquicos, para conceder-se à fé e seguir os passos do Rapaz em sua pregação. Quantos conhecemos nessas situações confortáveis, que se propõem a tal ato? A conversão significa mudança, e para isso devemos nos opor as veleidades envilecidas, d’onde, todos que estão confortáveis em seus núcleos comunitários, deveriam colocar-se como doadores aos que vivem nos lixões das cidades, encoleirados em suas correntes, invisíveis justamente pela descrença na palavra daquele Cristo, revivido na inconsciência de cada um, na medida em que não há consciência no perigo de não haver fé que promova tal mudança. Bem antes desses séculos de cristianismo já sobrevivia tal vileza, é famosa a história de Diógenes, 400 anos antes de Cristo, que andava com uma lamparina acesa durante o dia, procurando um homem honesto de verdade, baseado na ação e não na teoria, e dizia ser uma criatura do mundo, independente do estado, sua vida consistiu em uma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta, ainda hoje persistente. Ainda segundo Gregori “não há bodas possíveis entre Deus e o diabo” “Então, podemos continuar a tocar violino, organizar sindicatos, construir máquinas... Mas não é de violininho, maquininha ou sindicatozinho que virá a salvação” Será possível louvar Cristo em seu aniversário sem esses requisitos impostos por Ele? Há um futuro a ser redimido, redimamos!

terça-feira, 17 de dezembro de 2019


Medianas

Precisamos de mais poesias
Com menos regras...
De Poetas marginalizados,
De palavras desregradas...
Poetas que contem suas agruras
Sem frescura...
De varredores que falem da varrição,
De prostitutas falando de prostituição
Com a sinceridade da dor
E das penúrias... D’onde a condição
Não seja fiandeira, mas estrutural,
A estruturar o medo de ser banal,
De estar colhendo palavras e ser flagrado
Com suas calosidades e suores verdadeiros...
É, precisamos de ramalhetes de papel,
Sem espinhos a nos espinhar na leitura,
Poetas a contar suas mágoas
Com suas lágrimas, sorrindo,
Como flores se abrindo...
sergiodonadio
Dessa pega
Pega,
Larga, solta,
Amarra...
Nada pode dizer o caminho,
Oras,
Senão a própria iniquidade
A esperar resultados
Escusos...















Quando custa
Uma consciência?
A inconsciência é vária,
Diversa e rasa....




Todos sabiam
O caminho certo?
Então por que se desviam
Do andar correto?





O ser que me acompanha

O ser que me acompanha
Tem suas manhas...
Você, que não existe,
Fiz por cria-lo de olhos mudos,
Ouvidos moucos a estes alaridos...
Você, que se esbalda no que crio,
Que faz parte deste crivo,
E me encolhe ao menor ruído,
Tem o medo à infantilidade,
Como a um bicho escondido
Em minhas partes,
Mas sabe bem desviar-se...
Você, premido pelo frêmito
De haver-se enganado
Ao ser que sou neste emaranhado...
Você, que me vive
E ordena que eu viva,
Obrigado!


Preconceitos
Você, que olha de soslaio,
Ainda acredita no amor?
Mesmo que não verdadeiro?
-Sim, porque há muitos,
E alguns não são verdadeiros,
-São mais um respeito
Pela presença de outro
Ou pela ausência de alguém,
Absorto no que a que veio,
Ou foi-se...






Parelhas
Emparelham
Bois de engenho
E burros de carga,
Soldados em novos tempos...
Desemparelham meninos,
Soltos à própria vontade tendem
A irem-se atropeladamente,
Cada um a seu jugo,
Embora desamarrados,
A jugarem-se a manadas
Obedecendo certos preceitos,
Roupas soltas, pelos pintados,
Agasalhos amarrados às cinturas,
Como cintos desajeitados...
Todos com as mesmas poses
Desemparelhadas...
Emparelhem-nos a lenir
Suas aparências febris
A escalda-los, e terão daí
Novos soldados, extraviados
Aos novos tempos...
Rebuscamentos

Estava tudo muito quieto,
Abrimos a porta aos ventos,
Folhas mortas e ideias tortas
Adentram... 







Daqui a pouco
Batem as horas,
Tempo de ficar rouco
Ou ir embora...



Suor e lágrimas

Todas as palavras são roubadas
De algum trecho de suor e lágrimas
Quando os meninos sonham alto
E têm de começar por baixo...
Do que temos medo?
A partir de logo cedo nos quedamos
Ante as dificuldades de respirar
O puro ar da infância despreocupada...
Então, do que tens medo?
Das pequenas coisas
Diariamente ameaçadoras,
Dos segredos? Dos degredos...
Todas as palavras, Bukowski,
Todas as palavras...
Somam-se aos silêncios e agridem
Os pensares abandonados...
Intensos...



quarta-feira, 27 de novembro de 2019



A duras penas

Bate-se a cabeça na parede
Neste escuro da intenção cega,
Restrita ao Caminho adverso
Estreito... O pré-julgado reto

Se modifica à razoabilidade,
Mas a calosidade da trombada
Faz lembrar a sensação da dor
E a dor faz a opinião a seu sabor...

Assim, todos que cegaram antes,
Agora aprendidos, voltam atrás,
Dando sentido à imaginada

Condição de tendo-se condoídos
Voltarem os olhos para o antes,
A perscrutar o não vivido...
Diferenças

O que soa
E o que sua,
Um é pino,
Outro é pua...





Lentamente surpresos
Descobrimos aos pois,
Que o melhor da vida
É o esperado vir depois...






Cismando os meus momentos
Percebo o quanto deixei de viver
Nos dias escuros da memória
Difícil de desvanecer...





A palavra na poesia
É a verdade...
Quase verdadeira.







Quantas vezes serás olhado de soslaio
Pela visão podre dos pseudoarcaísmos
De senhores revisores de textos...
Casuísmo inflado de seus pretextos?





Que torçam
Seus focinhos
Esses consertadores
Conservadores...






Como cada objeto
Requer um conserto,
Cada opinião
Conserta-se ao jeito...





O dia hoje parece amarelado
Num tom insonso de sopa fria,
Talvez não devesse ter vindo
Não fosse a precisão do dia...




Deveres

Todas as guerras
Se somam às guerrilhas,
Até as pessoais, de famílias...
Os entreveros atravessam muros
Pois os muros são transponíveis
Pelo ódio, deve-se pensar nisso:
deve-se odiar o ódio entremeio?
Deve-se desestruturar os meios?
Acima dessa raiva há que amar
E sorrir à lágrima a ordem final,
Deve-se amar o próximo distante
Antes e depois do atual...







De que vale
A direção seguida?
Contraria
O bom viver a vida?
Somos todos animais
Políticos!
Uns acerbados,
Outros pacíficos...
Direita? Esquerda?
E depois disso?
A cada mão dada,
Uma mão recolhida,
Assim se fez a história,
Tão pouco vivida...



Passos

Por muitos passos
Pisando o trecho marcado areia,
Fundeando o barro
Pisa inda forte este andarilho
Que desce os vales,
Que sobe os montes,
Que sabe, sempre, o rumo norte.
Por muitos passos
Vazou as cercas, tomou das águas
Seu gole curto à pressa esvaída...
Que sabe tanto, que nada sabe,
Pois não se amarra à cerca viva,
Que cerca e amarra cada saída...
É bom amante e sempre sabe
Ao bom conselho dado rasteiro...




Por certos rumos parte ousado
E inda nem sabe seus limites
E pensa sofrer todos os males
Da saudade à taquicardia...
Por certos males pisa o trecho
E reconhece o valor da vivência
A carregar sua demência
E socorrer-se no dia a dia
Por certa glória feito magia...
Pisa inda forte esse andarilho
Que sabe sempre seu rumo norte
E parte, ao pôr de cada dia,
Fugindo da ilusão da morte
Que corre e mata o dia a dia...
sergiodonadio


Manhãs previsíveis

Hoje quereria
Ir para o meu passado
De presumíveis manhãs,
Mala feita, sonhos inteiros,
Chás de arruda e hortelãs...
Caminhar vários caminhos
A procura do mel dos dias,
Poder tocar os impossíveis
Sonhos plausíveis...
Poder chegar ao improvável
Ideal da candura estável
De passear entre meus sonhos,
Escolher os acontecidos,
A caldear os desencantos
De os ter vivido...
Quero ir para o meu passado
Como quem veio desprevenido...

domingo, 17 de novembro de 2019




Vossas excelências

Que me desculpem
As vossas excelências...
Que varrem as sujeiras,
Que semeiam as verdades,
Que produzem alimentos,
Que reproduzem cidadãos,
Que viajam sonhos...
E veem ser chamados
De vossas excelências
Maledetos que não produzem,
Que sujam os conceitos,
Que pisam nos menos fáceis,
Que desrespeitam os fiéis...
Esses, que se pensam excelências
Mas se comportam usurários
Da nomenclatura...
Eu, por mim, não os desculpo!
sergiodonadio

quarta-feira, 13 de novembro de 2019


O único necessário

Disse a leitora:
- A poesia é necessária
Se lida e entendida...
A poesia dita interpretada
O que pode ser mais?
A vida?











Eirós

No escondimento
Da razão hierárquica
Parte o homem feito
À procura de si;
Neste firmamento
De esperas anárquicas
E desentendimentos,
Despoletados ermos
De cada razoamento
Detectado em feras
E forasteiros viajados
Outra vez sem destino
Nos eirós de pisos velhos
Carcomidos...





Dois velhos dormidos
Ao desabrigo
Faz com que impostos
Percam o sentido...





O verso versifica,
Sem rima
E sem preguiça...





Se for preciso

Façamos as pazes
Com os que contrapesem
As decisões destonadas...
Se for preciso
Façamos olhos vendados
Às posições transversas,
Deixadas fluir aqui...
Que todas as fases são válidas,
Mesmo as invalidadas,
Contrapesei-as com outras,
Menos frágeis...
Os canteiros estão semeados,
Espere... Espere a chuva
Maturada...





Nem posso repreender
Este menino
Que também quebrei janelas
Antes do siso...






Já não taco
Pedras em janelas,
Taco direto
No dono delas...





Ontem foi um dia cheio,
Hoje nem sei se já veio...







Quantas vezes
Poluímos os mesmos rios
Por esses desvios...







A mágica
Que o tempo faz
É desaparecer
Vontades demais...





Por tempos imemoriais
Tínhamos senso,
Que não temos mais...







A flor que murchou
Na próxima chuva volta,
Para sua revolta...






Só de molhar os pés
Afogam-se nas marés...








Quem pode,
Em são juízo
Assumir
Cada prejuízo?





Antes de se ver vencedor
Verifique se não foi vencido...






Sobrevivência

Tudo,
No tempo vivido,
É questão de sobrevividos...
Cada minuto convivido,
Ou deixado de conviver,
É computado perdido...
Nessa espera que rege o tempo
Minuto a minuto
Procuremos absorver
Cada suspiro em forma de ação,
Antes que prescreva a opção,
Passamos por perrengues
Inimaginados antes,
Sair dessas arranhaduras
É a arte de viver persistentemente
Cada ação na inação...



A palavra estava quieta
Lá no dicionário, mas
Em total desrespeito
O Poeta deu-lhe efeito...





Quase todas as vírgulas
Não tem sentido,
Apenas represando
O que fora dito...




Sem segredo
A casa
Tinha cinco quartos,
A casa
Tinha onze filhos,
Na casa não faltava nada,
De comida a calor humano...
A casa tinha galinheiro,
Ovos frescos, carne de tacho,
Menino dormindo cedo,
Pessoa criando pessoas
Sem embaraço...
A casa tinha um lar travesso,
Deixado cada palavra opinar-se
Entre o sentar-se em cesto
Ou ir-se cedo ao status
De saber-se gente e ileso
Ao sabor do arregaço...
sergiodonadio
NESTA FASE DA VIDA

Já fui tantos
Que não me sei outro,
Absorto nas pequenas
Conquistas...

sexta-feira, 8 de novembro de 2019


Recados ao pé do olvido

Partido em tantas metades...
Nem sei se valeu a pena
Sofrer quando se desdenha...






Ao estranho que passa
Saber que tudo passa
Menos a dor da memória
Do mal passo dado...






Se o tempo
Tivesse lógica
A vida não seria
Assim tão ilógica...





Assim,
Sem mais nem menos
O menino já cresceu
E está morrendo...






A cabeça no travesseiro
Não descansa, arqueja...






O menino vendia frutas,
As frutas venderam o menino...









A feira da vida é feita
De sequências
E consequências...






As almas amigas
Chamo de inspiração
Para não deixar dormida
A imaginação...






A palavra não descansa
Mas eu canso...






Virtude rara esta
De ao dizer a verdade
Estar certo...








Digo ao pensamento:
- Dá um tempo,
Que a mente é ligeira
Mas o punho é lento...





Toda a reticência
Tem uma advertência:
- Nada termina
Quando acaba...