quinta-feira, 25 de abril de 2024

 

As viagens do pensamento

 

Quando o tempo se cala

Vem à memória

Fatos históricos, de hoje:

São tantas guerras entre falas

E o desespero de outros...

Sentados em suas poltronas

Confortáveis, esbravejam,

Os mandantes se provocam

E mandam bala, de longe...

E nos longes abatem crianças

Em soldados adolescentes,

Que mal sabem o que sentem!

Há uma revolta emudecida

Pela tragédia iminente...

São tantos corpos sem alma,

São tantas almas sem corpos.

Onde estarão essas pessoas?

 

 

  

 

 

Por isso não me atrevo

 

Por ter a idade velha

Procuro ficar em silêncio

Quando ouço teorias incertas

De entendidos em variedades...

Mesmo que a mim

Pareçam barbaridades,

Sob a pena de ser taxado

Elite ou quadrado...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Baile

 

A beleza nua

D’uma noite crua

Sem a maquiagem

Da noite em festa

Traz a saudade

Daquela seresta

Dormida na tarde

Distante desta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

gentes?

O dia seguinte

 

Foi muito discutido o assunto

-Guerra!

Os temores aos ataques

De um turbilhão de notícias.

As estórias dos mais velhos,

A fome, o frio, os motivos...

Os avós inda contavam

As ofertas de nova terra,

Portos distantes, outra verdade

A perpassar aos famintos

Por um pão recheado...

As ofertas, navios aportados

Num chão distante, viajando

Para outro chão, mais distante,

Com promessas de não fomes!

O desencanto da espera

Por dias melhores em casa...

Assim emigraram os novos,

À procura de oportunidades

Famintos de novas eras...

 

 

 

Anos dourados

 

Lá se vão os anos dourados

Em plena inatividade

A lembrar os passos em falso,

Os temores desassestados,

Em que a cama é uma maca,

O quarto enumerado...

Identificando o enfermo preclaro,

A bebida é preceituada,

As vozes são cochichos

Das cuidadoras descuidadas...

A manhã não amanhece clara,

Absorta nos passos rápidos

Dos transeuntes abafados...

São pedreiros sem pedrarias

Apenas o contar de dias...

Os sonhos dilapidados

Na conversão das iras...

 

 

 

 

 

 

 

O lado bom da vida

 

O lado bom da lágrima

É conte-la quando amarga.

O lado bom da tarde

É o cansaço da labuta.

O lado bom da viagem

É o percurso e a chegada.

O lado bom da volta

É o sumo da saudade.

O lado bom da dor

É não se desesperar.

O lado bom do sonho

É esperançar à vida.

O lado bom da luta

É a derrota assumida.

O lado bom do abrigo

É acolher o desabrigado.

Enfim, o bom da vida

É vive-la a cada passo!

 

 

 

 

 

 

As viagens do pensamento

 

Quando o tempo se cala

Vem à memória

Fatos históricos, de hoje:

São tantas guerras entre falas

E o desespero de outros...

Sentados em suas poltronas

Confortáveis, esbravejam,

Os mandantes se provocam

E mandam bala, de longe...

E nos longes abatem crianças

Em soldados adolescentes,

Que mal sabem o que sentem!

Há uma revolta emudecida

Pela tragédia iminente...

São tantos corpos sem alma,

São tantas almas sem corpos.

Onde estarão essas pessoas?

 

Por isso não me atrevo

 

Por ter a idade velha

Procuro ficar em silêncio

Quando ouço teorias incertas

De entendidos em variedades...

Mesmo que a mim

Pareçam barbaridades,

Sob a pena de ser taxado

Elite ou quadrado...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Baile

 

A beleza nua

D’uma noite crua

Sem a maquiagem

Da noite em festa

Traz a saudade

Daquela seresta

Dormida na tarde

Distante desta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

gentes?

O dia seguinte

 

Foi muito discutido o assunto

-Guerra!

Os temores aos ataques

De um turbilhão de notícias.

As estórias dos mais velhos,

A fome, o frio, os motivos...

Os avós inda contavam

As ofertas de nova terra,

Portos distantes, outra verdade

A perpassar aos famintos

Por um pão recheado...

As ofertas, navios aportados

Num chão distante, viajando

Para outro chão, mais distante,

Com promessas de não fomes!

O desencanto da espera

Por dias melhores em casa...

Assim emigraram os novos,

À procura de oportunidades

Famintos de novas eras...

 

 

 

Anos dourados

 

Lá se vão os anos dourados

Em plena inatividade

A lembrar os passos em falso,

Os temores desassestados,

Em que a cama é uma maca,

O quarto enumerado...

Identificando o enfermo preclaro,

A bebida é preceituada,

As vozes são cochichos

Das cuidadoras descuidadas...

A manhã não amanhece clara,

Absorta nos passos rápidos

Dos transeuntes abafados...

São pedreiros sem pedrarias

Apenas o contar de dias...

Os sonhos dilapidados

Na conversão das iras...

 

 

 

 

 

 

 

O lado bom da vida

 

O lado bom da lágrima

É conte-la quando amarga.

O lado bom da tarde

É o cansaço da labuta.

O lado bom da viagem

É o percurso e a chegada.

O lado bom da volta

É o sumo da saudade.

O lado bom da dor

É não se desesperar.

O lado bom do sonho

É esperançar à vida.

O lado bom da luta

É a derrota assumida.

O lado bom do abrigo

É acolher o desabrigado.

Enfim, o bom da vida

É vive-la a cada passo!

 

 

 

 

 

 

As viagens do pensamento

 

Quando o tempo se cala

Vem à memória

Fatos históricos, de hoje:

São tantas guerras entre falas

E o desespero de outros...

Sentados em suas poltronas

Confortáveis, esbravejam,

Os mandantes se provocam

E mandam bala, de longe...

E nos longes abatem crianças

Em soldados adolescentes,

Que mal sabem o que sentem!

Há uma revolta emudecida

Pela tragédia iminente...

São tantos corpos sem alma,

São tantas almas sem corpos.

Onde estarão essas pessoas?