terça-feira, 9 de abril de 2013

Acerto das palavras Cada coisa em seu lugar... A noite na sua escureza, O dia na sua clareza... Apenas nós, Olhando-nos nos olhos, Não nos conhecemos de antes, Somos claro escuros Por espontânea inverdade... -Racistas? Talvez maniqueístas. Quem sabe agora Possamos discernir Nossas cores... As escurezas e clarezas Da mente Atabalhoada de saberes Não se compromete De reconhecer-se Branco ou escuro, Claro ou negro... Apenas ser já cansa De ser.
Gíria velha Como procurar o que o correr Dos dias apagou? A brandura Vermelha da vergonha, marota Impetuosidade, rubra também, Da malícia escondida... A voluptuosidade da presença Apenas dando as mãos em Cortesia acelera pulsações... É mesmo o momento indizível Da planura dos sentimentos... Depois da tarde expressiva... Bem, depois a volúpia altera, São tempos de longa espera Pela esperança de voltar... Que não volta mais. Saudosismo? Choramingos? Não, apenas o senso da razão Desarranjado. Espera, espera, Que chegará o dia em que A tua vez “já era”.
Com licença... fb Poesia é por uma vida inteira... Por todas as mortes inteiras, Por todas as mesmas besteiras Que se faça sem o saber... Apenas viver o que passa Sem mesmo o perceber. Poesia pode ser raça, Como pode até não o ser, Mas será sempre fumaça, Mesmo que não houvera incêndio, Ainda que não houvesse cicatrizes, Tombos ou tropeços, A poesia é pras mortes todas De uma vida inteira, Sem impor idéias suas, apenas Revisitando cada momento de vidas, Das mortes, das cicatrizadas Manias de não sofrer sofrimentos, Apenas angaria-los E fazendo-os dominós, Derrubar de um a todos, Assim como se não conhece As coisas que dão o nó. Por alguns senões da vida, Por alguma desmedida Chorada de magoada, Vivida de despedidas O dom da palavra é cúmplice Das anomalias das falas... Alguém disse certas vezes Que existem vidas reveses E outras que se acabam. Mas a palavra não cala... Emerge dos silêncios, Apronta com os desprevenidos Desprotegidos adejados. Quem sabe ainda tenha sentido A palavra do não dito, Entrelinhas dizem coisas Que as linhas não se encorajam. Melhor calar que blasfemar Contra idéias radicais De uma pequena ala. Poesia é palavra inteira, Não cede a meias palavras. Apenas viver-las não basta, Poesia tem de ter raça, Por isso leio Bandeira Entre tantos outros fantasmas De vinte e dois ou seculares... A mesma causa lavada, Como se fora calça, deslavada E destingida. Assim a palavra: -Cala!
sensibilidades Não é difícil ouvir A musica das pedras... Elas estão aqui há muito tempo Assoviando o vento Entre suas rachas eternas... Não é difícil ouvir o canto Que emana desse coral De tantas vozes.... É só esperar o vento E a prosa delas Entre elas...
zunidos Estou sempre pensando Ouvir violinos... Quando o zumbido Nos ouvidos cresce, Quando as contas No armário crescem... Quando os meninos De minha rua crescem... Sumo entre eles, escondo Minha barba branca E meu cansaço branco De viver o branco dos sons E das coisas em volta, Prateleiras de discos e livros, Ciscos de uma vida inteira. Talvez eu esteja ouvindo Violinos...
feromônios Os corpos se buscam No escuro das intenções. São apenas desejos Pela carne do outro, Pelos feromônios chamativos De todos os animais Mesmo que fujas De alguém Este alguém vai encontrar Você Entre uma multidão De suspiros...
tédio Este tempo vivido É meu animalzinho de estimação. Eu o alimento com pílulas E caminhadas pelas manhãs... Eu vigio o prato feito De gorduras saturadas... Eu como aos poucos as saladas... Eu ando... Ando... Mas não vou a lugar algum, Volto desanimado para casa, Eu andei em rodas Como um cão a procura do rabo, Como um gato sonso a procura de moscas... Eu sento nesse sofá torto E adormeço. Assim é a passagem do tempo, Emboramente você não perceba, Está fazendo a mesma coisa Que eu faço, Que fiz a vida inteira, Correr atrás do teu rabo Procurando moscas...
À procura de Deus fb É preciso buscar lá fora As gotas do que orvalhou... É, são a graça, louvores sem preço, Que aparecem diariamente E formam um quadro rústico Da beleza convidativa das manhãs. Coisa de poeta? Pois é... Por isso as pessoas Andam às tontas, Querendo cada vez mais Interiorizarem-se nelas mesmas, Presas das suas casas fechadas, Das suas grades mancomunadas Com a ligeireza dos larápios... Ainda prefiro ficar olhando Através do meu jardim, sem cercas, A atmosfera invadir-me, Com certeza não me sentirei Roubado, como fora invadido Pelas palavras da Tv. Agora Mais irreligiosidade que nunca... De uma religião de apelos, De pedintes pelos dinheiros raros Dos que oram fervorosamente Pelas curas impossíveis... Impassíveis à fala De uns larápios.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

descanso Meus pais foram embora! Um de cada vez, disseram adeus... Deram por concluído seu intuito De ver crescer os filhos. Nós ficamos aqui, nos olhando, Entre perplexos e remoídos De lágrimas seguradas na maturidade de sabê-los frágeis. Meus pais foram embora? A dor de não os poder é maior Quanto mais passa o tempo Sem vivê-los junto... Como se fôssemos crianças À espera da lição do exemplo A cada vez menos preciso, Em todas vezes mais preciso. Meus pais foram embora, Não por quererem ir, mas Por ver concluídos os planos Na extenuação de suas vidas, Por merecido ficam lágrimas, Mas também ficam risos... Sem mágoas de tempo vivido, Revivido no sabê-los vivos.
facto transeunte Embora o tempo tente apagar As marcas das revoltas, Desiludidas de ser, aqui ainda Estaremos, por merecer, Abrindo portas, fechando agruras Antes que amanheça Nova criatura. Assim nos comprometemos Ao nascer, gerar o conhecer a nós, Nosso potencial de ferir, Não o outro, o nosso íntimo arrependimento... Lições de viver passam ao largo quando nos desfazemos em labros Seres desocupados de nós, aprendidos ser bandidos de nós. Vê, tudo que fazemos retorna Ao esmo de ferir as mãos, a consciência, o nascimento doloroso, Ao facto de perecer pouco a pouco... Respondendo por não ser.
circunstâncias O que fez daquele menino Um duro combatente Nas horas erradas da manhã Foram as palavras mal ditas, Ou até as palavras não ditas Nas horas de suas dúvidas... O que faz os meninos duros bandidos é a não palavra, A pancada da mão pesada. O que os faz maduros demais É a falta da meninice Arquejada nas batalhas... O que os faz fechar as mãos Sobre as ofertas de dinheiro É a mão que não se abriu Antes de cada sua jornada Frente ao perigo da passada Entre o ir ou ficar nulo.
Todo menino... ou menina... Todo menino precisa de um pai. Seja ele o pai, o avô, o tio... Alguém que estenda as mãos Para suas aflições de crescer E conhecer-se... Todo menino precisa de rédeas, Sejam elas de couro ou carinho, Sejam elas principalmente De intenções para com o dilema De crescer-se sadio. Todo menino precisa de um lar, Seja ele dentro ou fora da casa Donde parte nas manhãs Para suas aulas de matérias Específicas de aprender-se. Todo menino, tendo um pai, Aprenderá nas ruas e escolas O restante das regras. Mas Não esquecerá a primeira, Apreendida do pai.
Mais que beber Mais que beber A jarra desse vinho, É sucinto não beber o sangue Vertido na moagem dele, da uva, Da terra donde foi gerado... Mais que beber é preciso absorver O encanto que faz a cabeça Do bebedor desse vinho girar, Que se separa de sua sombra, Que continua sóbria, Para viver a aventura de Beber-se Sozinho, sem a mácula De arrepender-se, depois de sarado, Das peripécias ditas e feitas No correr das loas envenenadas Pelo álcool desse vinho, Desidratado em seu corpo frágil, Deitado à sua sombra, esperando Passar o acre sabor na boca Azeda das infensas malogradas. O vinho bebido é esta escada De subir ou descer mágoas, Antes escondidas...
As portas A porta velha, De madeira quase apodrecida, se abre Rangendo as dores de um tempo Vida... O olhar cansado da senhora idosa expõe As dores de abrir Tais portas... Assim lembro das idas Aos matos floridos agora De outras jornadas... Quando as flores ensinarão À velha a tal frescura De reviver-se Cada vinda?
O imposto O imposto Pela circunstância Faz um mal danado... Põe-te de quatro, De frente à onda Que te abafa... À voz sumida Na timidez junta Teu poder de Dissuadir-te. Relaxa os ombros Altos, respira... Desfaça A desfaçatez Que te abrasa... Te afeta olhar? Podes ao menos rir Da tua desgraça.
moinhos Moinhos de vento Dependem do tempo, Se espesso, frio de gelo Nas pás que o recebem E passam adiante... Moinhos que ventam Situações de penúria Ou jubilo Ventam As estreitas relações De climas diversos... Moinhos com vento Eternizam condições Adversas, sendo esperado Tempestades, momentos tranqüilos... Pá de cal Sobre intenções do tempo Para sair na frente diante Das agruras de sorver Outros vendavais... Em tempo.
Espremedor a manivela O dia se desalinha Com o que me sei, Já não pode trazer as coisas Antigas para meu convívio. Já não pode saber o que pensei. A distância tenta espairecer Com as coisas novas, Mas não sei como usar As coisas novas... As coisas novas Não me conhecem Como o antigo rádio a pilha, Como o espremedor A manivela, O dia se desalinha Ou sou eu?
Levados a termo, O copiador de outras ações Vira espelho de outras questões... Menos responsável pelo errado, Ganhador das glórias do certo. Percebi isso um tanto tardo Nas soluções de meus conflitos, Copiados de outros conflitos Mal resolvidos, mal criados, Pois que já vistos. Espelhos de tantas faces... Absolutas, mandantes, discriminadoras das faces duras De erros, de cores, de racismos... Que fé pode absolver tais pecados? O dia hoje pode ensinar espelhos A procurar sua outra face, A que ficou escondida Nos erros...
A linha que nunca termina Paulo Leminski é da minha geração, se não tivesse se apressado estaríamos dialogando a razão. Morto aos 44 anos pelos excessos, viveu quanto pode a curta percentagem de seu direito, depois se despediu como todo ser humano, deixando chorar os defeitos. Foi criticado por ser concretista, e, às vezes, pelos concretistas. Imolado por sua irreverência, veio à tona numa obra, em versos miúdos, de peso. Para a crítica literária e professora de literatura da Universidade de São Paulo Leyla Perrone-Moisés, já está na hora de a academia incluir Leminski em seu currículo. Ela lamenta que o nome do poeta não circule na USP e aponta os motivos: - Ele era ligado à poesia concreta, que tem seus inimigos. Além disso, sua obra ainda não entrou para o cânone porque é um risco formar alunos com coisas que ainda estão acontecendo, por isso o programa é defasado. Ao mesmo tempo, isso evita que ele se torne um objeto morto, sacralizado. No calor dos anos 70 e 80, Leminski entrou em grandes polêmicas na defesa do movimento concretista, apesar de não ser considerado um poeta concreto por Leyla Perrone, Alice Ruiz e Maria Esther, entre muitas outras. Os poetas Ferreira Gullar e Afonso Romano de Sant'Anna, faziam críticas ao movimento, ouviram poucas e boas dele. Hoje, Afonso reavalia a contenda:- “Tivemos alguns arranca-tocos, mas são caneladas que acontecem em qualquer partida. Eu insistia que ele deveria achar sua própria linguagem, pois, enquanto ficasse na periferia do concretismo, seria apenas um afluente”. Ferreira Gullar diz que não conhece a obra de Leminski, mas, apesar das rusgas do passado, elogia. Seu legado é o de ter feito a ponte entre a poesia erudita e a experimental. Ele juntou a coloquialidade da poesia marginal com o lado mais elaborado do concretismo. Seus versos eram cultos, mas ao alcance de todos. Cada vez que tentam bater nele o mito cresce mais. Diz Jorge Mautner: “Ninguém amou tanto a poesia quanto Paulo Leminski”. O hippie erudito trouxe para o Paraná um olhar de lupa, reconhecendo sua faina, puxa outros para o patamar de reconhecer-se valores na periferia de São Paulo e Rio de Janeiro. “A linha que nunca termina” é a constatação desse fato, escritos de admiradores do Leminski estão aí gravados para propor isso. Leminski é da minha geração, mas viveu à frente do nosso tempo, outro paranaense famoso, Dalton Trevisan, quando perguntado se não iria escrever obras longas, disse de seu sonho era escrever haicais, assim é Paulo, diz em mínimas palavras o que poderia gastar o dia dizendo.”A mim me basta a sombra que deixa, o corpo que se afasta.” Que mais é preciso?

az de copas

Az de copas Em 30 de outubro de 2007 anunciou-se festivamente que o Brasil sediaria a copa de 2014. Para isso “bastava” construir, reconstruir ou reformar 12 estádios... Mas, além disso, terá de adequar hospedagens, vias de acesso, aeroportos, metrôs, treinar pessoas para recepcionar os visitantes... Sete anos parece que dá até para recriar cursos de língua, de técnica laboral para construir novos hotéis, vias, pistas, e aprender a gerenciá-los... Pois bem, estamos em véspera de 2014, o que foi feito para solucionar o problema dos aeroportos? Para criar leitos para os visitantes? Arejar as vias de acesso? Em que estágio estão os estádios? Seis anos e milhões de reais depois, acrescentados aos programados custos, onde estamos? Em 24 de junho de 1950, na primeira partida da copa do mundo, o Estádio do Maracanã (nome da avenida em frente) no Rio de Janeiro, recebia 200 mil pessoas, feito para 155 mil no máximo, inaugurado pelo Presidente Dutra com os andaimes sendo retirados às pressas, tapumes derrubados pelos tanques do exército, montes de pedra e areia, foi dado por feito, mas só dez anos depois teve os últimos retoques finalizados. Sessenta e quatro anos depois vamos passar pelo mesmo vexame?! O Itaquerão, estádio prometido para a abertura da copa de 2014, está em ritmo do “vai da valsa”, expressão usada na época da construção do Maracanã, ainda em moda para certas iniciativas lentas... O próprio Maracanã está “fazendo água” como se viu na última chuva. Mas, apesar dos pesares os estádios estão prometidos para a copa das confederações, anterior à copa do mundo. O Grupo Executivo da Copa do Mundo de 2014 (Gecopa) publicou uma lista consolidada das obras. São 101 intervenções, sendo 12 estádios, 51 projetos de mobilidade urbana, 31 ações em aeroportos e 7 em portos. A previsão é de um investimento total de mais de R$ 26 bilhões para a Copa. A maioria dos aeroportos do Brasil foram construídos antes do fim da Segunda Guerra Mundial e vários estão em ponto de saturação. A Infraero afirmou: "Na corrida contra o tempo, garantirá que os sessenta e sete aeroportos na sua rede estejam em perfeitas condições para receberem com conforto e segurança os passageiros do Brasil e do exterior". Em maio de 2010, o governo brasileiro alterou a legislação de licitação para permitir maior flexibilidade. Esta palavrinha dá medo... mas "A Copa do Mundo vai muito além de um mero evento esportivo. Vai ser uma ferramenta interessante para promover uma transformação social." Declarou o Presidente da FIFA. Estádios tornam-se monumentos desde a Roma do Coliseu, a grande arena dos gladiadores, os agora em construção vão marcar sua presença, pela grandiosidade própria e pela ativação das áreas ao redor. Esperemos...
Em 30 de outubro de 2007 anunciou-se festivamente que o Brasil sediaria a copa de 2014. Para isso “bastava” construir, reconstruir ou reformar 12 estádios... Mas, além disso, terá de adequar hospedagens, vias de acesso, aeroportos, metrôs, treinar pessoas para recepcionar os visitantes... Sete anos parece que dá até para recriar cursos de língua, de técnica laboral para construir novos hotéis, vias, pistas, e aprender a gerenciá-los... Pois bem, estamos em véspera de 2014, o que foi feito para solucionar o problema dos aeroportos? Para criar leitos para os visitantes? Arejar as vias de acesso? Em que estágio estão os estádios? Seis anos e milhões de reais depois, acrescentados aos programados custos, onde estamos? Em 24 de junho de 1950, na primeira partida da copa do mundo, o Estádio do Maracanã (nome da avenida em frente) no Rio de Janeiro, recebia 200 mil pessoas, feito para 155 mil no máximo, inaugurado pelo Presidente Dutra com os andaimes sendo retirados às pressas, tapumes derrubados pelos tanques do exército, montes de pedra e areia, foi dado por feito, mas só dez anos depois teve os últimos retoques finalizados. Sessenta e quatro anos depois vamos passar pelo mesmo vexame?! O Itaquerão, estádio prometido para a abertura da copa de 2014, está em ritmo do “vai da valsa”, expressão usada na época da construção do Maracanã, ainda em moda para certas iniciativas lentas... O próprio Maracanã está “fazendo água” como se viu na última chuva. Mas, apesar dos pesares os estádios estão prometidos para a copa das confederações, anterior à copa do mundo. O Grupo Executivo da Copa do Mundo de 2014 (Gecopa) publicou uma lista consolidada das obras. São 101 intervenções, sendo 12 estádios, 51 projetos de mobilidade urbana, 31 ações em aeroportos e 7 em portos. A previsão é de um investimento total de mais de R$ 26 bilhões para a Copa. A maioria dos aeroportos do Brasil foram construídos antes do fim da Segunda Guerra Mundial e vários estão em ponto de saturação. A Infraero afirmou: "Na corrida contra o tempo, garantirá que os sessenta e sete aeroportos na sua rede estejam em perfeitas condições para receberem com conforto e segurança os passageiros do Brasil e do exterior". Em maio de 2010, o governo brasileiro alterou a legislação de licitação para permitir maior flexibilidade. Esta palavrinha dá medo... mas "A Copa do Mundo vai muito além de um mero evento esportivo. Vai ser uma ferramenta interessante para promover uma transformação social." Declarou o Presidente da FIFA. Estádios tornam-se monumentos desde a Roma do Coliseu, a grande arena dos gladiadores, os agora em construção vão marcar sua presença, pela grandiosidade própria e pela ativação das áreas ao redor. Esperemos...
Em 30 de outubro de 2007 anunciou-se festivamente que o Brasil sediaria a copa de 2014. Para isso “bastava” construir, reconstruir ou reformar 12 estádios... Mas, além disso, terá de adequar hospedagens, vias de acesso, aeroportos, metrôs, treinar pessoas para recepcionar os visitantes... Sete anos parece que dá até para recriar cursos de língua, de técnica laboral para construir novos hotéis, vias, pistas, e aprender a gerenciá-los... Pois bem, estamos em véspera de 2014, o que foi feito para solucionar o problema dos aeroportos? Para criar leitos para os visitantes? Arejar as vias de acesso? Em que estágio estão os estádios? Seis anos e milhões de reais depois, acrescentados aos programados custos, onde estamos? Em 24 de junho de 1950, na primeira partida da copa do mundo, o Estádio do Maracanã (nome da avenida em frente) no Rio de Janeiro, recebia 200 mil pessoas, feito para 155 mil no máximo, inaugurado pelo Presidente Dutra com os andaimes sendo retirados às pressas, tapumes derrubados pelos tanques do exército, montes de pedra e areia, foi dado por feito, mas só dez anos depois teve os últimos retoques finalizados. Sessenta e quatro anos depois vamos passar pelo mesmo vexame?! O Itaquerão, estádio prometido para a abertura da copa de 2014, está em ritmo do “vai da valsa”, expressão usada na época da construção do Maracanã, ainda em moda para certas iniciativas lentas... O próprio Maracanã está “fazendo água” como se viu na última chuva. Mas, apesar dos pesares os estádios estão prometidos para a copa das confederações, anterior à copa do mundo. O Grupo Executivo da Copa do Mundo de 2014 (Gecopa) publicou uma lista consolidada das obras. São 101 intervenções, sendo 12 estádios, 51 projetos de mobilidade urbana, 31 ações em aeroportos e 7 em portos. A previsão é de um investimento total de mais de R$ 26 bilhões para a Copa. A maioria dos aeroportos do Brasil foram construídos antes do fim da Segunda Guerra Mundial e vários estão em ponto de saturação. A Infraero afirmou: "Na corrida contra o tempo, garantirá que os sessenta e sete aeroportos na sua rede estejam em perfeitas condições para receberem com conforto e segurança os passageiros do Brasil e do exterior". Em maio de 2010, o governo brasileiro alterou a legislação de licitação para permitir maior flexibilidade. Esta palavrinha dá medo... mas "A Copa do Mundo vai muito além de um mero evento esportivo. Vai ser uma ferramenta interessante para promover uma transformação social." Declarou o Presidente da FIFA. Estádios tornam-se monumentos desde a Roma do Coliseu, a grande arena dos gladiadores, os agora em construção vão marcar sua presença, pela grandiosidade própria e pela ativação das áreas ao redor. Esperemos...