Excertos
Na sequência de tantos
desastres por esses dias, vi-me sem palavras frente às desmedidas ações de pessoas
e empresas, aos incidentes ou acidentes ocorridos sequencialmente, ferindo
sentimentos, drásticos pela involuntariedade ou não, de objetivos. Junto excertos de poemas para exprimir minha
dor frente aos ocorridos.
Talvez seja pouco o
enternecido sol posto nos escaninhos da vida... Talvez seja muito a lágrima vencida...
Talvez seja a alegria pensada em cada manhã vivida... Sem talvezes, apenas a incerteza
dos sorrisos, vindo das lágrimas, mesmo os mais indecisos nesse viveiro de
emoções contidas, por verdadeiras, desmedidas na força das poses assumidas, na
paz conseguida nos brasões do fogo posto em água morna no doce proibido das
relações mantidas... Talvez seja pouco, mas é o que temos e como usamos esse
“temos” em relação ao que vivemos sem porquês definidos. Talvez seja pouco o
que oferto agora, nessa latíssima hora em que me é tão vida, salvando o que nos
sobra de história. Não seria lícito desistir agora, assim, de última hora... Mas
me atrevo a querer o viço do que nem foi outrora, tendo sonhado sempre os
impossíveis ganhos e vivido com as possíveis derrotas... Talvez seja pouco
desistir por agora ao seguir da vida quando um até logo se mostra adeus... A
voz embarga a palavra esperando que volte no que se perdeu... O sorriso da
espera, a lágrima do reencontro, a paz de reter amor nesse momento de dor... Quando
um até logo exprime um adeus enroscado na garganta, uma verdade escondida no
passo que se deu ao seguir da lida... Revestido da aura de um ser que vive, torna-se
movimento, sentimento, plasma? Pensemos assim, um ser revestido de sentimentos
inspirando cada memento... Como um anjo, talvez? Como um cão ou uma flor, a
pedra alumiada no fundo da água corrente... A nuvem, de passagem, personificada
em gente! Corpo é cerne, seja árvore ou abelha, pensos nas suas almas, corpo é
invólucro, respira em cada pinheiro à lua de cada maré que estua... Seria
profundamente aético pensar em corpo, humano, ou neste inseto precursor da leva
de tantos outros, apenas mais queredor de estar certo, incerto, devedor de
todos os progressos que inspiram e aspiram sob o mesmo teto deste azul
profundo... Eclético. A ilusória sensação de firmes, embora lesos, faz com que
choremos a última hora de cada ser que se vai, e leva um pouco de cada um na
sua passagem, por memória... Neste momento de perdas talvez seja propício
pensar na liberdade das almas, idas por causas imprecisas, mas cabíveis em cada
vida. Segundo o salmo: “São muitas as moradas”, pensemos que esses que se
foram, mudaram de casa, para melhor.