sexta-feira, 20 de dezembro de 2013



Remembranças


Todos pensamos ser únicos
Na incredulidade das efemérides...
Mas a credulidade acompanha as idades,
Todos acreditamos no papai Noel
Nos primeiros natais de nossas vidas...
O que nossos olhares lamentam depois,
Vendo as criancinhas abraçando-o
Nas vitrines.

 Eu sou o único cético na linguagem
Lamentada de meus olhos circunspectos?
Lamentaria o sorriso das vozes?
Mas não havia o sentimento de tristeza
No riso da alegria de em criança...
Havia a fé no branco avermelhado,
Um instante de esperança,
Nas vitrines.

Um prazer aberto, secretas lágrimas,
Uma promessa de bom ano
Sem malícia ou mágoa, apenas
O momento da alegria inocentada
Pela pouca idade, mesmo que
Desativada depois, na espera
Daquele mesmo sorriso
Das vitrines.







Nenhum olhar futuro lamentaria
Aquele olhar inocente de alegria
Ante a palavra pedida e aceita
Numa linguagem que ambos sabíamos,
Desfeita pela mão do pai
Indo em outra direção, mais laica,
Doutras promessas feitas
Nas vitrines abertas...

Há momentos em que não consigo
Esconder a lágrima furtiva, triste,
Quando a alma se orgulha ainda agora
De sentir a presença desse papai
Que com a idade foi embora
E volta agora nos pensares velhos
A prometer a mesma festa
Das vitrines antigas...

Naquele brilho de tempo cedo
Que anseio por resgatar agora,
Quando apagam-se os tempos idos,
Faz-me rever crenças e acontecidos
E voltar a crer na alegria inocente
Desse velhinho da fantasia
Daquelas vitrines enfeitadas,
Virando gente.


                         25 de dezembro, aniversário de nascimento de um divo muito caro, à minha consideração. Revejo meus conceitos ao analisar a intimidade que possa ter com ele, para compartilhar esta efeméride. Há dois mil e treze anos nascia esta pessoa, sublimada pela conduta que o tornaria o Messias, portador da boa-nova, o evangelho. Do evangelizador quero ressaltar o que procura ensinar o seu proceder aos discípulos. Do que pregou, quanto conseguimos seguir? Nós, cristãos, que brindamos a esta data, fazemos por merecer tal regalia? Podemos nos considerar puros de coração, promotores da paz, misericordiosos, humildes a ponto de merecer tal herança?! Seremos, um dia, o sal da terra? A consciência de cada um irá dizer ...
                         Sobre o aniversariante, nascido numa época conturbada, fugindo da perseguição de Herodes, que, temeroso do surgimento de um novo rei, mandara matar todos os meninos com até dois anos, se esconde no Egito e só volta com seus pais para Galiléia depois da morte do rei. Batizado por João batista no rio Jordão, é reconhecido como o Messias. Nas palavras dele: -Eis o Cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo. Nas palavras de Jesus:-Não vim para ditar leis, mas para cumpri-las. Se queremos ter a intimidade de festejar o aniversário de Tal Pessoa, devemos, ao menos tentar seguir suas normas de vida.
                         Jesus falava por parábolas, dentre elas cito a que diz do semeador, que ao semear deixou sementes a beira da estrada, que os pássaros comeram, outras jogou em terra pedregosa, que murcharam, algumas entre espinhos, que as suplantaram, mas umas tantas semeou em terra boa, que germinaram e deram bons frutos. E dizia depois:-quem tem ouvidos que entenda...
                         Conhecemos, em nossos dias, poucos seguidores da palavra de Jesus, merecedores de comemorar a data de seu nascimento, a maioria de seu “rebanho” se extravia no caminho, semeia em terras pedregosas, vive entre espinhos, sucumbe ao ataque dos chamados por Ele de aves predadoras.
                         A comercialização deste dia é um acinte à pessoa que se quer reverenciar, que prega a humildade, que expulsou os que comercializavam no templo, que deixou claro sua visão de repúdio a certos procedimentos...
                         Dito isto, quero parabenizar este Amigo, mesmo sabedor de não cumprir todas as suas normas de viver, e, porisso, não merecedor de tal amizade, humildemente cumprimento o Messias de minha fé.           

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013



                                    Excertos do sermão da montanha:            fb

Convido–os a meditar sobre o sermão da montanha, donde apreendemos lições proficientes, ensinadas há dois mil anos e atuais no seu sentido maior de regrar a conduta da vida. Se conseguirmos levar a sério as palavras de Jesus, quando diz que devemos dar a outra face quando nos baterem na direita, em vez de retrucar, como no “olho por olho dente por dente”e fazer as pazes com adversários enquanto estamos a caminho com eles, esquecendo as ranhuras, e, que devemos dizer sim quando a resposta for sim, e não quando for não, sem titubear. Que não devemos alardear a esmola dada, às trombetas, que não sejamos hipócritas como os que gostam de rezar empertigados, nos templos e esquinas, mas que rezemos em silêncio, nos nossos quartos, de portas fechadas, que o Pai está presente nos lugares ocultos e ouve intenções. Que, ao rezar, não multipliquemos as palavras, a oração que nos ensina traz sete petições, as três primeiras visando à glória de Deus, as outras quatro os nossos interesses espirituais e temporais, ou seja:”Pai Nosso que estás no céu, Santificado seja o Teu Nome”que Deus deve ser respeitado e venerado.”Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia”que visa a conservação da vida corporal.”Perdoa-nos as nossas ofensas assim como perdoamos os nossos ofensores”a miséria moral que oprime é pior que a indigência material e a condição para obter o perdão é o perdão aos nossos inimigos.”E não nos deixe cair na tentação mas livra-nos do mal”tentação é provação, contratempos da vida e sedução pecaminosa da concupiscência.e, finalizando com o “amém”, que vem do hebraico,”assim seja”,rogando ao Pai que conceda o pedido em oração.
Por fim, que é preciso olhar os lírios no campo e as aves no céu, que crescem sem se afadigar ou fiar, sem juntar ou ambicionar, e nem por isso tiram um côvado à duração de suas vidas. Se conseguirmos viver com a bondade no coração, seremos dignos da companhia deste homem, que viveu segundo tais princípios e não cedeu, mesmo condenado por sua crença, à força dos poderosos. Os poderosos de então sucumbiram à história, e Jesus, o aniversariante, permanece nos corações dos cristãos. Que assim seja para sempre.

domingo, 15 de dezembro de 2013



                                                         O PODER DE DIZER NÃO!

Dizem que os países democráticos têm mais liberdade, sim... A temos, mas para que a temos? Para eleger nossos representantes nos legislativos e executivos espalhados pelo país. Mas, quanto esses poderes são poderosos? Se as decisões que mais afetam nossos dia a dias vêm de outras esferas? Quem elege o presidente do banco central? Quem elege os presidentes dos tribunais? Indo mais longe, quem elege os banqueiros que impõem o custo aos produtores e o preço final de cada produto? Quem elege os parceiros comercias de nossos rincões? Assim a democracia é meio que uma “bancocracia” ou alguém duvida que o custo financeiro das empresas é maior que a folha de pagamento dos trabalhadores dessas empresas? Que o gerente, seja do banco ali da esquina, seja do banco mundial, do FMI, mandam mais no cálculo do que o custo fixo das despesas ou o variável, dos insumos? Quanto custa no cálculo dos insumos os custos financeiros do fornecedor? Quanto custa na folha de pagamento no inicio do mês, liberada pelos bancos? Quanto custa o custo financeiro embutido no transporte, quando quase todos os meios, os caminhões, estão financiados pelos bancos? Não adianta muito o cidadão ter o poder de eleger seus representantes se eles não representam nada no custo diário dos eleitores para sobreviver ao famigerado poder do dinheiro!
Reputo como engraçado, não fora trágico, a preocupação dos jornais com o juro atuado pelo banco central, variando meio ponto para cima ou para baixo, em torno dos dez por cento AO ANO, quando qualquer cidadão devedor, quase todos nós, paga aos bancos esses mesmos dez por cento AO MÊS! Sei que há ofertas a um ou dois por cento para certos clientes, mas a grande arapuca é a oferta dos cartões de crédito, dos limites especiais, dos encargos que embutem em qualquer “estouro” no saldo da conta corrente, além dos juros tem as taxas, quase invisíveis a cálculo nu, mas que elevam em muito o custo de cada cliente, as tarifas para se abrir e manter uma conta corrente... Para isso, que muito interessa, desvale a democracia. A palavra gasta pelo mal-uso, vem de nossa língua mãe, mas o mau uso compromete a intenção. A república atual está se distanciando da sua primeira acepção: o governo no interesse do cidadão, de todos, independente do tipo de governo, deveria ser gerido pela soberana vontade do povo, isto é, da res pública “coisa pública”, que os romanos implantaram 500 anos antes de Cristo, com a deposição do rei, para ouvir o povo, a democracia, que tornou  Roma numa vasta expansão territorial, caiu de podre no ano 27 a.C. quer dizer que sobreviveu mais de 400 anos, deteriorou-se e voltou a ser um império, ou seja, a ser governada de modo imperioso, que um dos sinônimos pode ser arrogante. Lembrando que a nossa república, foi proclamada em 1889, diga-se de passagem, pelos militares, é preciso que cuidemos melhor de sua passagem para a maturidade, e, que não deixemos que apodreça nos desvãos dos poderes paralelos, não elegidos mas verdadeiros mandatários da vida corrente de um país.







Cacos e vidro


Lição de infância:
Cacos de vidro machucam,
Inflamam o pé,
Provocam febre...
Cortam pneus...
Pneus a gente conserta,
Cortes a gente conserta...
Lição de infância:
Não pise cacos de vidro,
Não inflame,
Não provoque febres...
Apenas conserte.






Sutis


Não faz diferença
a mão que afaga
Da mão que abana?
Não faz diferença
 O adeus na chegada
Já indo-se embora?
Não faz diferença
O preto do branco,
O azul do amarelo.
A fonte da foz...
Faz diferença
 A cor da mentira
O tom estridente
Mentindo pra nós...
Faz a diferença
 Fundamental
A vinda do nada
Espremendo
Os olhos chorosos
De felicidade
Em vez de
 a dor alimentar
A saudade.


Diamantes


Diamantes são claramente azuis
Na incoloridade de sua fonte,
Uma falha na pedra bruta
Com a inclusão da luz...
A imperfeição pode ser vista

Mas as pedras têm
Sua própria visão sobre do mundo,
São cautelares... Inatingíveis...
Seja para onde for levada
Importa a beleza a ser vista.

Para isso aceitemos
A sublimidade frágil em nós,
Não estamos na escuridão,
Não duvidemos da ilimitada
Força da pedra em nós.