domingo, 30 de julho de 2017

Pretérito imperfeito


Talvez se possa
Reviver os sonhos…
Realiza-los é mais difícil,
Deixados por ficar
Engavetados
Pelo tempo escuso
De estribilhos…
É… Talvez eu possa
Relembrar momentos,
Deixados no esquecimento…
Pois a labuta infere-se
No ritmo valso dia a dia,
Lembrando compromissos
Aleatoriamente, financeiros?
Talvez se possa conjugar
Esses momentos do passado
No pretérito imperfeito,
Em que sonháveis,
Feito caça da palavra chave
Para o que não deixa jeito…
Mas é evidente a falta
Que nos faz o tempo ido
Nesse tempo futuro,
Deixado ficar num sonho
Escuro, por desfeito.



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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Constatações
Ao dia dos avós

Hoje,
Sentindo saudade
Do não vivido,
Reconheço-me
Em sete décadas
Envelhecido…
Talvez envilecendo
Ao tempo do vivido…
Talvez ao tempo
Perdoado não ter sido…
Mas conformado,
Melhor a dor
Por companheira
Que a prematura
Ausência dela,
Por ter-me ido…


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terça-feira, 25 de julho de 2017

Meu cumprimento a todos os escrevinhadores de seus sonhos

Eu faço versos como respiro


Se parar, sufoco,
Digo o que penso e fico
A pensar se o disse pleno…
Parte de meus escritos
Nunca serão lidos, sei…
Mas descobri que escrevo
Para mim mesmo, meu prazer,
Minha releitura, confessionário
De ideias puras ou impuras…
Companheiro das madrugadas
Meu caderno me abraça,
Me alumia ideias novas,
Me perpassa lonjuras…
Assim viajo… Assim me volto
Para o interior a que me faço
Companheiro de mim mesmo,
Esse regaço que me embala
Sonhos diversos, outras alas,
Eu faço versos como respiro
Em todas as falas…


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domingo, 23 de julho de 2017

Viajoreando


Descubro,
Revendo ações corriqueiras
De uma vida inteira,
Que
Já fui mais velho
Que hoje,
Quando percorri dívidas
Financeiras e aduaneiras…
E sofri
As dores que a cabeça leva
Para a cama e a mesa.
As desilusões cansadas,
As ilusões iludidas…
Agora não,
Agora
A vida toda se resume
No hoje,
Agora que já não importa quanto
Mas como viajar os dias
Sem agonias.


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terça-feira, 18 de julho de 2017

                                    Briga de unhadas

A cada leitura nessa insana mídia, desconsola a insensatez, pra dizer o mínimo, dessa corja de delatores, e delatados, como se fora prática comum o alardear-se corruptor dessa parcela minoritária da população, que verga ao peso da vergonha estampada nas gravatas enfeitadas de regalias enfáticas. Mas são reais, e não realezas, as cenas impudicas a que se vendem tantos larápios, transvestidos de excelências num suntuoso palácio congressual, ornado de malefícios programados para ferir a honra dos cidadãos decentes desse País maravilhoso, tão depredado.
A síntese de nossa história, vilipendiada por tantos golpes, firma-se na revolta muda de inconsoláveis habitantes desse solo, d’onde, como já dizia o primeiro invasor a pisa-lo, em se plantando tudo dá. Em paralelo ao semeio desse esforço, que nos torna o maior produtor de alimentos em diversos setores, afloram por aqui, disseminados, usurpadores do que seria a maior realização de nossos valores, a honra de um povo! Desde há muito vilipendiado, como já dizia Rui Barbosa, nos idos de um século atrás, ainda hoje não reconciliado com a ética, deixada vazar em mal cheiroso pus dessa ferida mal curada, recalcitrante, hereditária às vezes, de uma nação ferida pelo conceito discriminatório de outros povos, que nos mede pela mesma medida escrachada de nossos mandatários insanos. Dói ver nosso presidente ser excluído de encontros já programados na reunião dos vinte países, semana passada. Dói ver um ex-presidente ser condenado por desvios de caráter, dói ver parlamentares em peso processados em ações contra corrupção ativa e passiva, dói a desesperança de eleitores, que sonhavam o futuro, ver tornar-se um pesadelo a aproximação de nova eleição, sem opção à vista, de melhores quadros a quem confiar o leme.
Nos borrões da história recente não se salva quase nada, que possa dar um fio de esperança para a história futura, a curto prazo. Infelizmente nosso prazo está se esgotando em firulas, onde desajuizados legisladores digladiam pelo reparte do butim, sem se preocupar minimamente com o futuro, pensando que ao afunda-lo se salvariam, mas estamos todos no mesmo dilema, o barco não afunda a proa, afunda inteiro.
Cansado de números escabrosos em nossa cidadania, não vou enumerar mortos e feridos, famintos, incultos, doentes desassistidos, viajores abandonados, etc. mas apenas lembrar uma tétrica comparação que nos coloca em pior situação que países em guerra, como pode? O que é feito dos trilhões arrecadados do lavor desse povo, se não reverte para suprir suas necessidades?

A República Federativa do Brasil rege-se por uma Constituição que está sendo rasgada quando não atende seu parágrafo único do Artigo 1º: Todo poder emana do povo. E, muito menos o Artigo 3º nos seus 3 parágrafos: Construir uma sociedade livre e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Que dirá então do 4º parágrafo: Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer formas de discriminação! E agora, José? 
Lugar tempo


O tempo é um lugar
Para onde ir…
Seja apressadamente,
Seja vagamente…
Decorre das circunstâncias,
Dias largos, breves dias,
Favores à revelia de valores…
Apenas um passo adiante
A cada meio passo atrás,
Indo e vindo a nenhum lugar,
Conquistado com suor e lágrima
O tempo repensa-se inútil
Neste tempo lugar
Onde o chegar talvez seja
O tempo de estar.



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sábado, 15 de julho de 2017

Braseiros


Sobre essas brasas frias
De que falou Bandeira,
E Adélia, Sabe-se bem
Que foram noutras eras…

Sustos das descobertas,
Mundos novos, de favas
Contadas como não foram,
Vividas como deixadas…

Sobre essas brasas frias
Cuidadas com o cuidado,
Desvendados para agora,

Doídas porque memória.
Incandescentes retóricas.
Emudecem-te guardadas.



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quinta-feira, 13 de julho de 2017



Tudo foi tão bonito
No tempo das esperanças…
Do sol da manhã à era
Dos entreveros…
Fazia dó ver meninos
Escondendo erros,
Com faz dó hoje
Ver homens catando fomes
Nos restos do outro homem…
No pós guerra era tudo bonito,
Que eu não sabia a miséria alheia
Com o saber d’agora…
Assim é o tempo no tempo
De tempo inteiro.












Alcanças, homem,
O fundo do mar
E das consciências
Para descobrir-se
Nas profundas d’água
E dos viventes…
Onde é igual a superfície,
Das pessoas e do mar,
Nessa desdenha.

















Tenho pisado
Em areias movediças…
Onde encontrar a terra firme
Que assisto na fala de outrem?
São todos vitoriosos,
Até mesmo na derrota,
Passam reluzindo carros,
Mulheres de novidades,
Enquanto suo meu salário!
Mas nessa aparente terra firme
Há o choramingo
Atrás das cortinas sorridentes.














Hoje encontrei minhas mãos
Como nunca vira antes,
Pálidas, envelhecidas, turras,
Porque antes não tivera a idade
Que tenho hoje, de cansaços…
A discrepância das horas vindas
Num dia a dia de sol e lágrimas.
Hoje, tendo encontrado minhas mãos,
Descubro quanto as tinha perdido
Nos entreveros das tardes,
Nos vilipêndios dos dias…















Uma vez distendi-me em tantos,
Que sorrateiramente me traí
Olhando os longe com intimidade,
Que me pareciam mesmo ali…
Corri atrás daqueles sonhos vagos,
Entre sonhos vagos me perdi.
Outra vez desistira do intento,
Machucado voltei-me a rever
Futuros no espelho dos passados,
Agora faço palavras como lanças
Tendo como alvo o próprio peito,
Já que não tenho talento
Para mirar o desafeto.













Depois da manhã amanhecida
Eis-me aqui,
Frente o farol da existência,
Soletrando as mesmas
Primeiras letras, que ao tempo
Confundi com cirandinhas
Arrodeando pensamentos…
Depois da tarde envilecida
Eis-me aqui,
Entre flores e espinhos,
Querendo bem mais ser
Do que eu tenha sido
Entre as flores refloridas
E a manhã amanhecida.









Feito menino bobo


Estou feito menino bobo
Vendo balões de junho
Subindo ao céu de inverno
Voltando em fogo…
Feito menino bobo
Pela espera de milagre
Sobre a aparição das tardes
Que voltaram a brilhar
Aos meus olhos inocentes
Desses tempos invernais…
Feito menino bobo
De quando pensava sonhos
E terminava excitado.
Feito menino bobo
Mesmo crescido e arranjado
Nessas vestes comportadas
E passos trôpegos…
Que menino é este que sou,
Assanhado a não mais querer
Que o dia se acabe em festa

Outra vez?
Da serventia à servidão


Para o bicho homem
Tudo é válido,
Da serventia à servidão,
As colheitas do não plantado,
As cercas dos não roçados,
A imensidão de águas
À frente do arroz cortado…
Tudo pode valer a pena
Se ingerida de pouco em pouco
Salivando pastoso…
Tudo cultivado à vida,
Como o dia em que vi o homem
Esculpindo a madeira,
Outro esculpindo opiniões…
Da servidão à serventia,
No caminho faz-se necessário
Sangrar as mãos, a mente,
E num repente descobrir-se
Criador, no antes criatura.


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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Íntima sensibilidade
(Relendo a soltura dos celerados da lava jato , em última instância)

A trava da vida basta-se a si mesma,
O íntimo melindre não tem governo.
Com seus senões e minha certeza:
- Que o mundo girava quando nasci,
Vai continuar a girar quando morrer
Ante meu ciclo de espairecer…
Então, basta-me a tragédia da alegria
Esse entender e desentender comigo
Que comigo convivo às turras
E não preciso inimigos, políticos,
Tenho-os como bem à distância.
Meus olhos veem o pôr do sol,
Não o pôr da razão.
Assim tenho comigo que possa ser eu
Meu inimigo, ou amigo, de ocasião,
Levado, sem flores, à morada
Que outros reverenciam como última,
Mas fogem dela, ali seremos iguais,
Eu e o mais promíscuo politiqueiro
Nessa prostração genérica
Que nos incute culpas e mazelas,
Tempo inteiro.


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quarta-feira, 5 de julho de 2017

Borboletas


Conheço
Flores e bichos e insetos
Com nomes incompressíveis…
Lepidóptero em metamorfose!
Será que ela sabe disso,
Ou atende por borboleta mesmo?
Equus asinos, o nosso burrico…
Órkhis, as belas orquídeas
De mil faces coloridas…
Humanus. É, somos nós,
Mesmo não o sendo tanto…
Hominídeos postos em pé
Sem saber datar de quando
Nos levantamos e quando
Nos deixamos curvar…
O bípede que se perde em mim
Tem esse torto andar
Indo para o fim?


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