segunda-feira, 7 de março de 2011

O desmonte


“O Programa Atitude, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Criança e da Juventude em parceria com dez municípios paranaenses, completou seu ciclo com uma série de conquistas e resultados nas 34 comunidades onde está sendo executado. Criado para superar o ciclo de violências contra a criança e o adolescente, o Programa é uma iniciativa governamental que visa dar oportunidades de esporte, cultura, lazer e qualificação profissional aos jovens e garantir proteção às crianças e adolescentes. Foi proposto devido à necessidade de intervenção sobre os fatores de risco à violência, no sentido de consolidar uma rede de proteção à criança e ao adolescente formada entre todas as esferas governamentais, organizações não-governamentais e demais setores da sociedade civil. Entre os resultados práticos nas comunidades, percebe-se um grande avanço no fortalecimento da rede de proteção e na mobilização da comunidade em busca de soluções para os problemas locais. O Programa Atitude tem garantido o acesso aos serviços de saúde, educação e assistência social para crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social.” comentário do jornal desta semana.
Bonito, não é? Pois bem, o programa contratou aproximadamente 200 profissionais, entre sociólogos, psicólogos, educadores e outros, por um ano, prorrogável por mais um ano, coincidentemente findando após as eleições. Passando aí a continuação dos projetos para as prefeituras...acontece que essas 34 comunidades arregimentaram milhares pessoas com atendimentos diversos, diga-se quase sem respaldo das prefeituras à altura das verbas liberadas desde o inicio. Intervieram numa gama de situações de desamparo familiar, criaram situações de sociabilização inéditas nessas comunidades. Agora tem prefeitura simplesmente desmontando o processo, desligando profissionais das áreas, encerrando um trabalho de dois anos, deixando esses adolescentes na mão, como se dizia: “perdidos como cachorro caído de mudança”, esses meninos e meninas que estão tomando um rumo em suas vidas amargas, sendo decepcionados outra vez, por pessoas em quem eles depositaram confiança, entregues outra vez às garras de traficantes e à fuga aos policiais que, a grosso modo, não estão preparados para lidar com tais situações, tratando esses adolescentes sem rumo, por suas situações de desamparo, como bandidos escolados nessas trincheiras. Esses adolescentes são buchas de canhão para veteranos fugitivos de polícia. De resto essa desmobilização gradual deixará em vacância carros, computadores, bibliotecas, entre inúmeros itens que, na maioria das vezes se esvai nos esquecidos porões da memória.
Quem há de responder por mais esse disparate administrativo, que dói ver passar aos olhos vendados das autoridades “competentes”?!
Sergio.donadio@yahoo.com sergiodonadio.blogspot.com./

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