sábado, 20 de junho de 2020


Quando amanhece

Traçando planos vários
Para o dia amanhecido
Entre feitos da vontade
E o sonho desasido
Das figuras dessa tarde...
Quando amanhece vou
Num caminho desusado
Perscrutando o pio longe
Da rolinha empenada...
Na desova na janela
Confiou sua morada...
Invejo a liberdade
Desses voos dela...
Vai, rolinha, contigo leva
Meu sonho de morada...



Sergio Donadio e outros autores    32    Editora Palavra é Arte - Poesia na escola

  “A poesia ilumina a sala vazia com sua luz acesa
na palavra dita, é a luminária diáfana a acender a chama
que se reedita cada vez lida. A palavra, ah, a palavra não
se apaga, vide as vozes dos Poetas de há milênios, nunca
apagadas, a clarear nossos dia
Sergio Donadio e outros autores    32    Editora Palavra é Arte - Poesia na escola

  “A poesia ilumina a sala vazia com sua luz acesa
na palavra dita, é a luminária diáfana a acender a chama
que se reedita cada vez lida. A palavra, ah, a palavra não
se apaga, vide as vozes dos Poetas de há milênios, nunca
apagadas, a clarear nossos dia
Sergio Donadio e outros autores    32    Editora Palavra é Arte - Poesia na escola

  “A poesia ilumina a sala vazia com sua luz acesa
na palavra dita, é a luminária diáfana a acender a chama
que se reedita cada vez lida. A palavra, ah, a palavra não
se apaga, vide as vozes dos Poetas de há milênios, nunca
apagadas, a clarear nossos dias...
Nonsense

O plano
Que escapa da realidade
Não atravessa o dia,
Despedaça...





Deixa o dito
Por não dito
Que o dito se
Esquece disso...





A hora e a vez

Brotam lágrimas
De saudade
De um tempo aliviado...
De um termo ultrapassado...
A hora e a vez são a vez da hora
De chorar ou sorrir à que
A lembrança aflora...













A vontade se esgarça
Com a premente dor
Apurando o fato...







A criança de hoje adolesce cedo
E mantém-se assim deslumbrado
Até que lhe bata a verdade...





Do animal ao animalesco

O asco ao animalejo
Trazido à corda esticada
Produz arrepios ao medo....
Quem pode medir o erro
De pulsar ao intermédio,
O cão, à vista do homem,
Por medo rosna e ataca
Prevendo o chute no saco,
Irraciocina seu intento,
Vaga entre corda e lenço
E faz do medo bravura...
O animalesco murmura
E tasca pau na lonjura...





As putas também têm alma

Tempo das charretes
Que traziam e levavam
As putas da cidade...
Tempo de espionagens
Pelas janelas dos fotos
Onde as putas fotografavam
Seus perfis,
Escondidos nas paredes
De seus quartos...
Longe dos olhares das senhoras,
Talvez por inveja as odiavam...
Os senhores beatos se escondiam
Quando passavam as charretes
E no escuro sem lua
Arrastavam-se aos lupanares...
A hipocrisia já aprisionava
A sociedade...

Obscuridades

A cor das estrelas
Depende de cada olhar...
O vesgo a vê enviesado,
O apaixonado com paixão,
O distraído nem nota
A distância de cada olhar...
Mas se a nuvem as cobre
Como saber das cores
Que cada olhar olhava
Antes da embaçada?








Resistências

A vontade não tem nome
Nem é endereçada a nada...
A vontade toma de conta
A hora errada...
Pode seja cedo para a tarde,
Pode seja tarde, inda cedo,
A vontade inspira e abate
O sentido do tempo...
Em plena madrugada tive
Vontade de comer caju,
Mas era tarde... Nesse tempo
Só era de tangerinas...








O tempo vário varia
Entre choro e alegria...







Não se iluda,
Tudo é provisório,
Constantemente
Em muda...





Empatias

O que às vezes
Contorna as verdades
Parece bastante com o rio
Entre pedras lisas...
A natureza imitada
A cada passo das gentes
Faz enseada brilhante
Entre folhas adelgadas...
Como os mentirosos
Brilham suas entradas
Contornando pedras lisas,
Pelo tempo, alisadas...






Vicissitudes

Os fatos que se sucedem
Apenas mostram caminhos...
Não obrigam a segui-los...
A mão que talha se serve
Dessa variação imberbe
A comungar escaninhos...
João se fez de menino
Quando chamado a crescer,
Espiando outros ninhos
Deixados acontecer...
Os fatos, assim se sucedem
A cada amanhecer
Criando normas exauríveis
Que tendem a fenecer...








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