quarta-feira, 4 de novembro de 2020

 

Juízes do tempo

 

Somos juízes de um tempo oco,

Com a mesma podridão dos tocos...

Alvejamos os mais fracos,

Por indefesos,

Cultuamos os mais fortes,

Pelo medo...

Somos, então, maus juízes

De nós mesmos, levados

Ao extremo...

Da dor é que nasce o amor,

Do amor fenece a dor...

Assim é que nos julgamos sábios?

Então, por que tantos descalabros?

Onde estão nossas razões

Nesse tempo vãmente?

 

 

 

Onde pendurar nossos

Chapéus autoritários?

O fórum das moendas,

Mais justiçado que o da toga!

Como juízes desse tempo oco

Nos bastamos

Em nossos sonhos vagos...

De resto o que aflora

Fica lá fora,

Entre a névoa e o sol

Posto...

sergiodonadio

 

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