terça-feira, 3 de agosto de 2021

 

 

Remeiro

 

Quem tem o remo à mão

É que manda no rumo da viagem,

Nós outros somos passageiros,

Levados pelo remeiro

Sem dar palpite na meta

Ou no fim da estiagem...

Não tenha medo da viagem,

Deixa pro remeiro...

Não tenha pesadelo no sonho,

Deixa pro remeiro...

Não bote fé no vazio da estrada,

Deixa pro remeiro...

Quem tem o remo à mão

É que manda no rumo da viagem...

O resto é micagem.

sergiodonadio

 

 

 

À VEZES,

 

Quando a saudade aperta,

Vejo-me sozinho,

Rodeado de pessoas mortas...

Estão na lembrança

De fatos passados ao ermo,

Quantas vezes

A saudade aperta

Por vivências levadas a termo

Entre sonho e realidade

Tão próximos da verdade

Mentida em frases

Desabridas,

É a saudade...

 

 

 

 

 

 

Das coisas que não sei

 

Das coisas que não sei

Procuro aproximar-me,

São inúmeras,

Mas se distanciam

Quando indago seus porquês,

Por que estão aqui,

Nesta mente perscrutadora?

Por que não se alastram

Às pedras desta rua,

Vazia de vontades

Que não minhas,

Para responder à dúvida

Da palavra nula?

Das coisas que não sei

Devo distanciar-me

Como fazem comigo

De formas várias...

 

 

O voo da palavra

 

Queria dizer

O que não pude dizer.

Palavras libertas

Não voltam ao ninho,

Aves migratórias

Enxergam horizontes

E voam... Voam...

Assim as palavras

Esvoaçantes,

Indo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na lembrança

 

Seria muito

Dizer-me obrigado

Aos favores recebidos?

Por que, então,

Me esqueço se

Os atos estão vivos?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A verdade, sem subterfúgios,

Para o fato parecer real...

 

 

 

 

 

 

Se tiver medo da morte

Não tenha medo da vida.

A morte é inevitável,

A vida é planeável...

 

 

 

 

 

 

 

Por herança

 

O que temos por herança

Dos senhores feudais?

Terras? Casas de pedra?

 

 

 

 

 

 

 

O amor não é cego,

Nem conivente,

É paciente...

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