quinta-feira, 13 de julho de 2023

 

                                                                      Acolitados

Dizem que a riqueza moderna foi inventada, há cerca de 200 anos, o ocidente teria descoberto como enriquecer, os que aprenderam prosperaram, os outros patinam neste “aprendizado”. Duas ideias erradas: Uma que vem da exploração, advinda da revolução industrial, que prega o poder de alguém enriquecer tirando do outro. A segunda, concebida no mesmo erro: A riqueza vem do aproveitamento dos recursos naturais de cada região. Os recursos naturais dependem do mercado, sem isto nada valem. A riqueza moderna não vem de ter fonte primária, mas de descobrir como usufrui-la, os países com pouca chance de recursos naturais, o Japão por exemplo, mas com habilidade de exploração desses recursos oriundos de outras partes, são os que mais usufruem dessas fontes. O mundo colonialista pode não ter tirado proveito das colônias a ponto de enriquecer, pois as riquezas vindas das colônias foram suplantadas pelos encargos. Tampouco o fato de ter sido colônia tornou pobre, irremediavelmente, o colonizado, pois quando se libertaram tornaram-se economicamente competitivos, agora algumas dessas ex-colônias florescem num patamar idêntico aos seus colonizadores, outras, que não tiveram essa experiência, não atingiram boas condições. Isso não justifica o colonialismo, que conceitualmente contrariou os valores modernos. A exploração do ser humano pelo outro ser humano assume diversas formas, a mais característica é do escroque que explora o crédulo. Levando isto ao nível de nações, pode-se imaginar que os países ricos provocam a estagnação dos países pobres. De certo modo pode ser real, mas sem a exploração das fontes, alcançada pela tecnologia implantada pelos poderosos, esses recursos continuariam sem valor algum. Segundo estudos a terra possui recursos naturais suficientes para a população crescente obter melhores padrões de vida. A sustentação dos países mais pobres são as transformações internas, incluindo políticas humanitárias, melhorias na agricultura, na modernização, até dos conceitos. A independência do auxílio exterior só pode secundar o esforço interno, os países pobres têm uma difícil tarefa de criar novas maneiras de agir frente ao “coitadismo” usado como parâmetro ante favelados e flagelados, desistidos de resistir ao poder do aquinhoado de persuadi-lo de sua “incompetência”. Este ajeito de apequenar a competência pela aparência destrói a autoestima do que vem de baixo, fazendo-o considerar-se inapto pelo fato de assim ser tratado. Voltando ao coletivismo de nação, encontram-se argumentos de que países ricos devem concessões ao terceiro mundo, pela necessidade de recursos naturais deles, erroneamente interpretados. Segundo Herman Kahn na sua teoria sobre a situação nos próximos 200 anos, apontando dez motivos para o abismo entre ricos e pobres, a situação ajuda os mais desfavorecidos a desenvolverem-se mais depressa, pois os países ricos fornecem mercados, tecnologias, exemplos para serem copiados e são forçados a criar mercado para desenvolvimento dos países pobres. Isto não é gratuito, mas seria pior sem este prato feito para os chamados países pobres alimentarem seus sonhos de fartura.  

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