domingo, 18 de dezembro de 2011

Dia eleito como novo ano


Eleger um dia como final dos tempos...
Essa alegria de fim de ano contagia,
Saber que amanhã será um novo dia
O mesmo...

As tensões sobram dos tempos velhos,
Entram no ano novo derrubando pias,
Batizando mouros à revelia...
Dos mesmos.

Eleger a palavra final em letargia...
Quem sabe na utopia de ver antes
Que as promessas se realizem
A esmo.

Eleger o dia como de encantos, como
Se ontem fosse do desencanto...
Sendo todos iguais para os arrebóis
Das vidas...

Prometer ao menos mais solidariedade.
Que difícil é esta promessa vívida
De matar saudades impondo energia
Ao menos.






Essa alegria de viver o fim como começo,
A tarde estando prenhe
De arremedos comprometendo
O ser de fato.

Entre as saudações efusivas as
Mórbidas olhadas pelos convivas
Que se repartem em classes
Mesmo aqui,

Agora que passam as horas findas
Oremos pelas novas, sejam lindas
Em desapego às diferenças i
Mensuráveis...

Assim mesmo o canto das aves,
Fortes simpatizantes de enclaves,
Mostrarão o riso vindo da lágrima
Presa ainda.

Enquanto enumeramos esses dias,
Elas comemoram novas ninhadas
Sem calendários e previsões, apenas
Asas ao vento...






Mas que, se nem podemos voejar
Os sonhos de chegar antes que
A fome abata a prescrição que
Acanhoas...

Mas inda temos os abraços fortes
À meia noite desse dia arcado
Na velhice que impõe ao dardo
A vida atoa.

Será amanhã um dia novo... não.
Amanhã será um ano novo, novas
Promessas que virão à tona
Entre compadres,

Mas a vida continua a mesma,
Não há vitória em chegar ao tempo
Rígido das pernas doídas e a reza
Dessas novenas.

Seremos pares para o fim das vidas,
Essas que se esvaem por despedida
Deixando digitais por onde vivam,
Refletidas.

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