quinta-feira, 5 de setembro de 2013



Epitáfio


Nas esculturas
Moldadas de nós diariamente
Redesenhamos nossos humores
E nosso caráter para cada ocasião...
Somos prisioneiros dessa ética
De comportamentos diversos
Frente a senhores diversos.
Sabemos ser amáveis ou grosseiros,
Só não aprendemos ser sinceros
Com nós mesmos.

Nossas esculturas sorriem
Ou choram para cada ocasião,
Estátuas que seremos um dia
Quando todo o resto ruir em nós,
Apodrecidos pela lápide
Sobre ossos, sob nossos nomes,
Perdidos na sanha das derrotas,
Subjugados pela forma
Que cobre o âmago
Das almas.

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