Pro mesmo cais
Aos que partiram
E não voltaram...
Aos que partiram
E voltaram atrás...
Aos que ficaram
Sonhando partidas...
Todos navegaram
Pro mesmo cais.
À procura do mar alto
Nos afogamos quando
Observamos o mar alto
A procura de barcos
Que pensamos fácil
Neste poder de ir
E voltar sem danos
A mais...
O som
Ao este tempo,
Oco
Ao outro tempo,
Eco...
O que vale na prova final
É a interpretação do texto:
Moral ou amoral?
Contagem
Continuamos
A caminhar sobre
Nossas pedras.
Nus cotiamos
Silenciosamente
Sobre as pedras
Que deixamos
De tumultuar...
Até reconhecer
Nossos erros,
Uns banais,
Outros fatais,
No correr dos
Anais...
À procura de nós
Não podemos
Aprofundar à caça
No fundo desse lodo.
Não conseguimos
Respirar ofegantes
Essa condição
De predadores...
Talvez por isso
Emergimos
Vez ou outra
Da nostalgia
De sermos lobos
À procura de nós,
Bobos...
Profissionais à deriva
O pedreiro em sua pedraria,
O servente em sua serventia,
O sorveteiro e sua especiaria
O marqueteiro na sorveteria,
A maquiadora, quem diria?
Não são usuários de sua cria,
São empregados na engenharia
De engendrar a falsa mania
De elogiar por patifaria
A vã espera pela euforia...
Eles nem usam nem ousam
Na significância de suas vidas
Nesse vai e vem dos dias...
O que faria eu
Se voltasse ao princípio?
Talvez tocasse mais
A tecla: Deixa disso.
Sempre vamos ter o que falar
Das tantas versões da verdade...
Talvez a verdade seja
A mentira que fica...
Das tantas versões da verdade...
Talvez a verdade seja
A mentira que fica...
Problemas
Que não se resolvem
Na paz do dia
Posterior dissolvem...
O apanhado das horas
Somadas
As horas vivíveis se impõem
Ao realmente vivido.
Há de se ver passar à frente
O que seria plausível ser
Entre as planuras necessárias
Para chegar-se ao pico...
As horas vivíveis
São maleáveis e disformes
Ao percorrido pedregoso
Das desvantagens
Reveladas férteis e fortes,
Muros drenados do nada,
Diante das disfunções
Ao friso...
As horas vivíveis
São esperadas guarnecidas,
Por isso a desilusão
De seus pares ao percorrido
Chão varrido de mágoas...
sergiodonadio
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