sábado, 11 de maio de 2019





A vida
Sobre o que se fez
E o que se faz
flui entre o que fica
E o que se vai.









Dá-se o ar da graça
Mesmo que não tenha graça
A situação de desgraça...






O cão é o melhor amigo?
Então, por que encoleirado
Nessa amarra curta?




Cachoeira

Desce rio abaixo
Sobre pedregulhos soltos
E vaza...
Que belo exemplo,
Não teimar subir montanhas
Mas
Seguir sua natureza,
Descer para conquistar
A liberdade
Do sonho...

sergiodonadio




Em frestas

Quando engatinhei
Já pensava ter conquistado
O mundo...
Quando se me abriu a porta
Assustei-me com o tamanho
Do mundo...
Quando decifrei as letras
Desse livro aberto,
Abismou-me
A dimensão do mundo,
Arriado às portas abertas...
Continuo procurando
Há sete décadas conhecer
Parte desse mundo
Enfrestado...



Descobri, há tempos,
Que o tempo anoitece
Sem me dar atentos...













Vivências

Todos vivemos
As mesmas agruras?
Alguns se fecham
Em redomas protetoras,
Outros se expõem
Abertamente...
Somos iguais,
Sendo diferentes.
Dormimos nossas aflições
Com nossas esperanças,
Sonhamos nossas condições
Em nossa realidade...
Mas somos!
O que nos faz iguais...




A resposta
De um tempo vivido?
O que ficou para trás,
Sonhado... Esquecido?
O que virá pela frente,
Arado? Decernido?
Quem sabe, aqui
Possamos ser reais,
Sendo gente,
E ter sentido...






No colo de tuas mãos

Passei meses
Olhando teu rosto,
Talvez uma expressão, de peso?
Não sei se seria a dor do parto,
Ou da partida...
Sei que me olhavas enternecida,
Complacente com minha fragilidade
Mas, com o amor estampado
Num semblante esgotado,
Eu era seu décimo parto!
Poderia ser isso aquele olhar
Sonolento de cansaço...
No colo de tuas mãos
Vivi quantos tempos?
Meses? Séculos? Momentos...



Não sei se me desprendi do colo,
Quando foste de nossa lida...
Sei que fazes falta no meu entardecer
Agora... Olhar cansado, pés exaustos,
Coluna alquebrada pelos fatos,
Querendo ind’hoje o colo de tuas mãos
Consolo às aflições desse alvoroço
Que é ter de voar sozinho,
Sem saber como, nem caminho...
Parecia fácil olhar adultos
Expressando maturidade vencida
À primeira mulher de nossa vida,
Atribuladamente sucedida.
No colo de tuas mãos
Tenho guarida!
sergiodonadio

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