Pelo olho da agulha
Pelo olho da agulha
Tenta-se impor a linha
fina
Da verdade aguda...
Mas é tanta teoria
Que te invade,
Os botões desgarrados
Fazem a costureira cega
Coser janelas gastas
Onde o ar fresco passe...
Pelo olho da agulha
Todas as linhas engrossam
E fazem-se ao fechamento
Do entender fardado,
E põe-se a viver passado
Que não importa
Quão escuro seja...
Desde que seja amestrado
Ao momento alargo
Deste remorso tardo...
Sombras
Julho em sombra,
Agosto ceifado, fumaça no
ar,
A dor da perda dos
chegados,
A espera pelo inesperado,
Pela colheita não semeada,
Da dor...
Cada último suspiro
Implora companheirismo,
Que se apresente e ore
Pelo que ficou...
sergiodonadio
Poema pouco
Com tal esforço
O poema rege-se
Ao estorvo...
Toda paz deriva
Deste momento tenso
Da espera pela
aglutinação...
Lento... lento... forma-se
A silaba tônica
Dando à ideia o verso...
Ao inverso a versão
Do fato derivado do relato,
Daí o poema é pouco
Ante o enunciado....
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