Adeuses coloridos
Sim, os adeuses são
coloridos
Na imaginação de quem
parte,
Com flores, cartões,
alardes...
Olvidando celulares este
palco
Gera situações de
saudades...
Póstumas, remotas, alhures
De vaidades caídas em
tules...
Outras necessidades da
vida
De em parte repartidas
Por herança ou por dívida,
Até por dúvidas das
idas...
Momentos e mementos
Com nova cor preferida...
No fundo do balaio
Por dentro do colchão
Na boca deste cofre
Entre sete sete chaves
Sob a cola sob o lacre
O registro desta caixa
O segredo desta porta
A campainha do alarme
Guardam a merenda
Da escola na sacola.
O silêncio desta mala
Na língua deste vírus
Da espera na miséria
No fosso desta fossa
Sob o musgo deste limo
A perfídia desta lábia
Não cobrem o engano
Do malogro no seu bojo
Sobre cifras, sobre
restos,
Sobre vistos, sobre nesgas
Sobre cargas de jumentos,
Sobre vestes, fingimentos.
No fundo deste bueiro
Contra cantos de suborno,
Contra lobos, contra
sensos
Baixos de capachos
Vestem togas salpicadas...
(mario chamie)
Urgências
É urgente
A demissão do passado,
Passado da hora
De ir-se embora...
A demissão do passado
Sem gosto de desforra,
Apenas o fato inefável
De que é chegada a hora
De esquecer o outrora,
O chão pisado, barro
d’agora...
A demissão do passado
Se faz real bora fora...
Aterradores
Seria preciso mais
Que o silêncio aterrador
Para assustar meu dia...
Já tenho por perdido
O senso da razão deste dia
Mas continuo pressionando
O tempo para seguir
tentando...
Pensar é preciso,
Viver nem tanto,
Apenas o suficiente
Para chegar ao próximo
dia,
Mais aterrador ainda...
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