terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Levitação


Quando a noite apaga o quarto
É hora de ver,
Onde havia uma cômoda,
Coberta de escovas e perfumes,
O dia lavado...

Chora o extenso fio de memórias,
É o dia, desfiado em silêncios,
Para uma lágrima, um sorriso,
O poder de julgar
O tendo sido.

Altar das rezas profundas, o silêncio
Veste as verdades,
É hora de pedir desculpas
E desculpar o encanto
Dos desencantos...

Quando o quarto apaga a noite
Levito,
Entre lençóis brancos
E a raiva adormecida
Pelo grito.

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