terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A sala


A sala guarda seus segredos,
Forma, silêncio, a cristaleira,
E sua serventia de copos...
Trilha infinda de lugares,
Altar com seus santos do dia,
Seus guardados inatingíveis.

Seus humores nos cochichos
Do pós guerra, seus silêncios...
Porque tive tantos medos, na
Impertinência de tão menino,
Do olhar do anfitrião ao nublo
Fumo dos charutos e das falas...

Agora sala arejada, pé ante pé
Entro com o medo de menino
E a ânsia dos porquês esquivos,
Me descubro assustado, controlo,
Sou mais velho que tu, à época,
Quando já me parecias velho...

Vejo-o de igual para igual,
Nesse retrato vencido o tempo,
Senhores de nossos gestuais,
Assustando assombrações
Te digo: velho tio, já podes
Enfim, sorrir comigo...

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