terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tiro minhas luvas


Tiro minhas luvas
De pelica.
Sou brusco agora nas idéias,
Exponho minhas mágoas
E meus riscos...
E apanho,
não a gripe dessa chuva,
mas palmadas...

minhas palmas
estão vermelhas,
meus olhos lacrimados,
não do medo,
mas da raiva!
Seremos, enfim, nossos
Próprios
Lategadores.

Tiro minhas luvas
De leveza,
Me torno mal educado, e,
Com certeza malvisto
Na arquibancada dos omissos.
Quem sabe agora
Reconheçamos
Nossos viços.

O jarro antigo


Aquele jarro simples na estante
Espelha tantos passados...
Não é antiguidade comum
Dos fundos dos mares,
Tem o gasto das mãos
De minha avó,
Carregando as águas de beber
E as banhas de fritar...

Carregado das mágoas e
Lembranças,
Memória de um tempo casual
Entre esperança e desânimo,
As palavras cansadas de orar
E as vidas sorvidas.
Antigamente este jarro continha
As lágrimas.

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