Salubridades

Na salubridade

Do entretanto

A marcação das

Horas é o instante

Entre os tempos

Nevoentos

E o sol antes

Do poente,

Depoente

Da volta em

Escurecer as luzes

Que brilhariam,

Não fosse a névoa

Tão presente.

Todos têm sonhos?

Temos sonhos desamarrados,

Nascem, se cansam, morrem,

Assim se completam.

Não dou mais atenção

Ao intelecto desenfreado,

Quero ser premonitório,

Saber o que fazer depois

da hora advinda desta hora...

O agora do tempo não importa,

Zeramos de hora em hora

A nossa última hora.

Todos têm direito ao sonho?

O meu aqui se completa:

Ser distraído poeta.

Acevado

Essas páginas,

Carregadas de frutos,

Uns doces, outros azedos,

Guardam segredos,

Mostram-se produtivas,

Se não de acertos,

De erros descritos.

Na colheita dessa lida

De plantar o imarcescível

Para colher o possível

No suor desinibido...

Essas páginas,

Ao cabo de noites em claro,

Ao cabo de tempos difíceis

Tornam-se colhíveis

Ao ledor atento ao risco

No plantio refeito raso

Verde acevado cisco.

Em cada olhar amado

O amor tem ética,

Ou estética...

No amor não cabe:

- Eu duvido...

Não tem botox

Ou seios preenchidos.

Não tem espera,

Tem esperança.

O amor, desde criança,

Vem do momento

Vivido, revivido,

Levado a sério.

O amor não é cego,

Finge que não vê...

Porque tem ética

Acima da estética,

Faz se ver bonito

O escondido ser,

Por ser o amor isso

De acontecer

O crivo da verdade

Em cada olhar amado

A espairecer.

Plantador de sonhos

Ao Sr. Fornazieri, que nos deixa hoje,

Grande plantador de frutas... E sonhos

Eu não trago flores

Aos funerais

Ou nascimentos,

Eu as planto no jardim

Dos tempos...

As vidas vêm e vão...

As canções entoam-nas

Como eram e serão...

A sorte de querer-se viva

A interna ocupação,

Olhares lacrimam o senso

De interromperem-se

No que são... Flores?

Frases? Versos? O passar

Desse tempo dirá

O que ficou pra

De recordação.

Sergiodonadio.blogspot.com

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