In memoriam
Lembro passagens de nossas vidas
Nas mortes de nossos queridos...
O velório de nossa Mãe,
Levada pelos seus filhos...
O mais velho não se atreveu,
Escondeu-se entre flores e muros
Da Capela a chorar baixinho...
Lembro sua amiga
Lendo o Evangelho...
E o silêncio enquanto fechavam
Seu túmulo em despedida...
Depois de tanto tempo
Nos ensinando vida!
Sempre vamos ter o que falar
Das tantas versões da verdade...
Talvez a verdade seja
A mentira que fica...
A última derrota te faz vencido.
Todas as outras são ensinamentos,
Quem já não viveu este momento?
Achegando
Corremos... Corremos...
Tanto, pra chegar
Junto com o mais lerdo...
Estranho quando as pessoas
Cuidam mais do corpo que da alma
E se dizem crentes na religiosidade...
Repostando
Momento em que
Só o silêncio
Fala mais alto...
A perdição de tempo
Entre palavras vazias
E o desentendimento
Pela gritaria...
Silencia o choro, a raiva,
A expressão de medo
E trava.
Não culpo ninguém
por meus erros
Pois os cometi
por não ouvir conselhos
Aos menores de idade
SAIBAM OS DE MENOR IDADE
QUE GENTILEZA COM GENTILEZA SE PAGA,
RUDEZA COM GENTILEZA SE APAGA
Ordem unida
O passo passa, extravasa.
O passo fica, pacifica.
Esquerda direita
Coração mente
Esquerda direita
Volver...
O claro do dia
Desfaz a lua
Novas gerações, novas gerações...
Sempre pensam ter descoberto
O pulo do gato...
O próximo dia pode ser
O anjo da morte
Para a sofrida inocência
De antes...
Oferenda
Te ofereço
Em carne e fibra
O descomeço
Dessa mesmice
De ir-se cedo
Entre sandices
E ver-se salvo
De algum mal feito
Desse princípio
De alvoroço
Entre a fartura
E o fim em osso...
Te ofereço
O que não possa
Negar que precise
Na tua fossa
Algo que inexiste
Entre galhardos
E fanfarronices...
Que só nós sabemos.
As torres de vidro
A pessoa, pra mim,
Pra ser bonita
Não precisa ter beleza
À flor da pele
Porque
Eu vislumbro o âmago
Ao olhar o olhar dela...
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