quarta-feira, 30 de janeiro de 2019



Os olhares que se cruzam

Os olhares se cruzam...
Mas não se conhecem
Em suas mentes diversas
Procurando motivos
Para sorrisos ofertas...
Passantes continuam,
São invisíveis aos olhos
Que não os procuram
Na multidão de passos
Obscuros...
Os olhares se cruzam...
Mas não reconhecem
Os olhares dispersos
Entre risos e gestos...
Depuros.







Pro mesmo cais

Aos que partiram
E não voltaram...
Aos que partiram
E voltaram atrás...
Aos que ficaram
Sonhando partidas...
Todos navegaram
Pro mesmo cais.

À procura do mar alto
Nos afogamos quando
Observamos o mar alto
A procura de barcos
Que pensamos fácil
Neste poder de ir
E voltar sem danos
A mais...





O som

Ao este tempo,
Oco
Ao outro tempo,
Eco...









O que vale na prova final
É a interpretação do texto:
Moral ou amoral?






Contagem

Continuamos
A caminhar sobre
Nossas pedras.
Nus cotiamos
Silenciosamente
Sobre as pedras
Que deixamos
De tumultuar...
Até reconhecer
Nossos erros,
Uns banais,
Outros fatais,
No correr dos
Anais...








À procura de nós

Não podemos
Aprofundar à caça
No fundo desse lodo.
Não conseguimos
Respirar ofegantes
Essa condição
De predadores...
Talvez por isso
Emergimos
Vez ou outra
Da nostalgia
De sermos lobos
À procura de nós,
Bobos...








Profissionais à deriva

O pedreiro em sua pedraria,
O servente em sua serventia,
O sorveteiro e sua especiaria
O marqueteiro na sorveteria,
A maquiadora, quem diria?
Não são usuários de sua cria,
São empregados na engenharia
De engendrar a falsa mania
De elogiar por patifaria
A vã espera pela euforia...
Eles nem usam nem ousam
Na significância de suas vidas
Nesse vai e vem dos dias...

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