sábado, 21 de dezembro de 2019

Reflexões sobre o natal de 2019
Como disse Henrique Gregori, numa visão diferenciada da vinda de Jesus Cristo, “Um obscuro rapaz judeu há muitos séculos pregou a igualdade, foi destituído, trocado por um ladrão, supliciado numa província romana. Este era o homem de Deus! Mas isso é levado a sério?” Ainda na palavra de Gregori, vejamos os Papas, defensores de uma igreja baseada neste Cristo, alguns realmente notáveis, outros santos, mas os houve até escandalosos! Diplomatas, influentes, poliglotas, prestigiados, poderosos e até perseguidos... Mas isso não importa aos pastores, crentes nesse rapaz que mostrou o caminho da fé benevolente. A pergunta é: Até onde os religiosos seguem sua orientação, para venera-lo explicitamente, se os vemos a contradize-lo em atos e promessas? Vinte e um séculos depois persiste a dúvida: Zaqueu, o odiado cobrador de impostos foi reconhecido por Jesus, quando visitou Jericó, que o mandou descer da árvore onde trepara para ver Jesus passar, e tornou-se seu seguidor, doando seus bens, venerado ainda hoje como santo, seria mesmo desse modo, monocórdico, que se estabelece a verdade? Como tantos outros casos, ditos e contados por sucessores, e duvidados por Gregori, entre outros: Os romanos, com tanta capacidade de organização do Estado como diretriz, sentiram o perigo naqueles “loucos’ que acreditavam em outro mundo, por isso perseguidos, porque o Império não suportava, como ainda hoje não suportam, uma força maior que a sua, na ordem das causas, levadas a termo por um ser superior, morto e redivivo! Nos dias atuais ainda é preciso descer da árvore das vaidades, dos valores monetários, do poder dos cargos, elegidos ou hierárquicos, para conceder-se à fé e seguir os passos do Rapaz em sua pregação. Quantos conhecemos nessas situações confortáveis, que se propõem a tal ato? A conversão significa mudança, e para isso devemos nos opor as veleidades envilecidas, d’onde, todos que estão confortáveis em seus núcleos comunitários, deveriam colocar-se como doadores aos que vivem nos lixões das cidades, encoleirados em suas correntes, invisíveis justamente pela descrença na palavra daquele Cristo, revivido na inconsciência de cada um, na medida em que não há consciência no perigo de não haver fé que promova tal mudança. Bem antes desses séculos de cristianismo já sobrevivia tal vileza, é famosa a história de Diógenes, 400 anos antes de Cristo, que andava com uma lamparina acesa durante o dia, procurando um homem honesto de verdade, baseado na ação e não na teoria, e dizia ser uma criatura do mundo, independente do estado, sua vida consistiu em uma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta, ainda hoje persistente. Ainda segundo Gregori “não há bodas possíveis entre Deus e o diabo” “Então, podemos continuar a tocar violino, organizar sindicatos, construir máquinas... Mas não é de violininho, maquininha ou sindicatozinho que virá a salvação” Será possível louvar Cristo em seu aniversário sem esses requisitos impostos por Ele? Há um futuro a ser redimido, redimamos!

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