quinta-feira, 5 de março de 2020


Salgamentos

Secam ao sol
As carnes salgadas
E as cabeças crespadas
Em favor de uma
Próxima estada...
O chão tremula aos olhos
Sob este sol de ardume...
Secam ao sol
As madeixas das meninas
E os chapéus dos campeiros,
Deixados ficar nos mourões
Entre palmeiras nativas,
Na espera da brisa...
As carnes salgadas
E as cabeças crespadas,
Desluzidas...






Perdidos

Dizem que,
Dos mortos sobram
Heranças...
Bem, estou vivo,
Mas já distribuem
Uns livros soltos
De minha estante...
Um grampeador, uma bic,
Somem meus guardados
Antes de herançados...
Que se somem
À desesperança...












DE VEZ EM QUANDO,
DE QUANDO EM VEZ,
A LÁGRIMA LIMPA
A MELANCÓLICA TEZ









Como pode parecer grandes
Os pequenos aconteceres...









De curioso a furioso
A distância é milimétrica...










Os velhos lobos
Uivam calados...








Na dobra da esquina

Em cada dobra de esquina
Toparás com uma nova maria,
Aquela que passou rebolando
Já sumiu de sua vista,
Na poeira, a outra,
Com que vives sonhando,
Vai sorrir na tua poesia
Ao choro de alegria...
















Para mim a poesia
É a realidade a contar
A história do mundo
Na perenidade...
Mas eles preferem
Discutir politica,
Efêmeras autoridades...
Já já desautorizadas.
Pena que não saibam
Interpretar a realidade
Contida no verso solto
Entre as mentiras
De suas verdades...


Nenhum comentário:

Postar um comentário