A vida em tempos de pandemia
Tempos difíceis esses que estamos passando, vendo
ceifar vidas de entes queridos, sem ter como reagir, apenas aceitar
incidências. Não é a primeira vez que o mundo sofre ataque à imunodeficiência humana. O último susto
adveio de dois tipos de retrovírus, causadores da
aids. Antes tivemos outras pandemias, com menos capacidade de reação, a vacina
contra a malária levou anos para ser comprovada, mas desta vez a ciência está
ágil na resposta, deveremos estar imunizados nos próximos meses, enquanto isso,
cuidemo-nos na euforia às vésperas de mais um festejo
natalino, à distância quero cumprimentar a todos, com sincero desejo de
felicidade, mesmo que triste, de saudações, mesmo que ralas. Que todos tentem
se aproximar de Jesus, o aniversariante, nesses dias de brindes natalinos, com
o coração aberto, mesmo com bolso fechado, comemorando com os seus, mesmo que
ausentes, a felicidade de estar fechando um ciclo, se bom que seja repetido, se
ruim que seja esquecido. Mas, nesse momento, que tudo seja em prol da paz,
entre amigos ou inimigos, e, principalmente entre consanguíneos, que, mesmo
atritados por algum motivo, são reais, e não virtualmente, seus melhores pontos
de apoio. Às vésperas de mais um ano novo, nesse calendário atropelado pelas adversidades,
necessidade de primeiro correr mais, segundo chegar antes. Convido meus
concidadãos a repensar, tentando anular a convocação iluminada das vitrines,
analisando que o ano novo é precedido de um final de ano velho, que seria
recheado de festas, almoços, entregas de presentes, amigos, secretos ou
declarados, e acertos das contas. Nesse tempo de virtualidades, é preciso
manter os pés no chão, firmes na convicção de que, no final, tudo é concreto
demais para abstrair. A vida não é virtual, é real! As dores não são virtuais,
o estresse não é virtual... virtual é apenas o virtual, ou seja, o abstrato
pode se dar ao luxo de ser virtual, então, essa moçada que cultiva amigos
virtuais em detrimento dos amigos reais, da família, que é real, dos conselhos
dos mais presentes, que é real, podem se dar mal com a leviandade de se
confessar aos virtuais, em vez de os reais, que podem, e que normalmente o
fazem, socorrer na hora do tombo real. Às vésperas de um
novo ciclo, é preciso energia para espantar os crucificamentos, os dedos
apontados para os erros, os pregos em nossas consciências, as cruzes em nossos
ombros, e enfrentar as dores com resignação, os louvores com modéstia, e seguir
adiante, carregando essa cruz dos deveres diários com o otimismo e até com
utopismo, necessários para fazer germinar bons momentos no ano vindouro. Enfim, às vésperas
do aniversário de Jesus, lembrar que este é o cordeiro de Deus, que tira os
pecados do mundo, segundo as palavras de João Batista, o primeiro a
reconhecê-lo como Messias, e não o decepcionar, brindando a data com sinceros votos de bem-aventurança.
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