terça-feira, 8 de dezembro de 2020

 

Paraíso não é um lugar,

Paraíso é um momento,

Deixado no esquecimento...

 

 

 

 

 

Vamos juntando beiradas

De tudo que nos seja vida,

Aquela flor desfraldada

À outra flor, esquecida...

 

 

 

 

 

 

Quando suprir

Minhas necessidades

Inda sobrará energia para as amabilidades?

 

 

 

 

 

As sobras deste ano

Estão se tornando restos

Devido a seus estragos...

 

 

 

 

 

 

No diz que disse

A vida continua

Quem cuida da do outro

Descuida da sua

 

 

 

 

A que veio a tarde

Que surgiu sorrindo

Entre lágrimas íntimas

Se expandindo?

 

 

 

 

Com o direito de sofrer

 

Indiferente ao uso

Que me fez a vida

Também dela usei

Suas preguiças...

Então viemos juntos

Aos pores de sóis vermelhos

Procurando novos caminhos

Em nossos espelhos...

Cá estamos a usufruir prazeres

Com direito a sofrer

Cada decepção e ir em frente,

Cheios de razão...

 

 

 

 

No fechar do dia

 

Vou fechar os dias

E guardar as noites bem-vindas...

Vou perder à força as utopias

E sangrar meus gestos

Frente ao universo de primazias...

Ao fechar minutos,

Que eu nem queria,

Vou sorrir à hora da nostalgia

E lembrar de coisas não vividas

Em euforia...

Vou tentar sorrir às lágrimas

De me sentir avesso às mágoas

E repensar cada euforia

Nesta fase de alergias,

Inocentemente resguardada

À vida...

Dias soltos    sergiodonadio

 

Passamos juntos um dia solto,

Floreiras assistiam em silêncio

Observando nossos passos lentos

De caminhada aos fatos...

Como quem não queira esgueiram enamorados adolescentes,

Como se soubessem tudo

Em não sabendo nada...

O tempo passa, e ao passar

Deixa esta marca anuviada ao vento...

Todos os passantes olham de lado

Esse perturbado errante,

Que em já tendo aprendido tudo

Se esquece do princípio básico

Da hera: agarrar-se à pedra

E não ceder aos ventos.

Ao longo do cais

 

Cabeças emergem

De um suposto naufrágio,

De cabeças...

Algumas voltam

A tesourar os fatos e boatos,

Outras não voltaram

De seus simulacros...

Ao longo do cais contíguo

Fenece o novo inimigo

E voltam a emergir cabeças

No vazio do trilho...

 

 

 

 

 

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