quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Lembrando Ada

Ada Cambridge, escritora inglesa, nascida no século XIX e reconhecida no início do século XX pela sua extensa obra, pedia num poema oração famoso, que dessem chance à eternidade de chorar suas mágoas. Tiro do poema os seguintes versos para clarear a idéia nesses dias plenos de mentiras/promessas, em clima de eleição: “À quem os irmãos marginalizados vão clamar, já que suas vozes são desconhecidas?
Aos guardas desta casa chamada casa de todos, se onde o fraco é rejeitado?
Isso faz dela uma mancha de vergonha sob o plano ordenado...
Uma mancha de vergonha, onde a luxuria suja o trabalho do justo...
Tu, que tens feito nos homens dessa terra tão bela, vilmente usados, dê espaço para o arrependimento e reparação da confiança aos abusados...Dá tempo para curar essa ferida. E tempo ao eterno para estancar as lágrimas...”

Pois é, amigos, já nos tempos de Ada a súplica aos donos do poder dos poderosos, isso mesmo, os donos do poder dos poderosos, pedia que dessem tempo à história futura, (a eternidade) para chorar as mágoas dos fracos, de voz desconhecida, que têm as portas fechadas ao clamor de suas fomes. Dizia Ada: A quem os marginalizados vão clamar, se as portas estão fechadas?
Uma reportagem mostrando a invasão dos sem teto aos prédios interditados no centro de São Paulo, mostra o quanto as portas se fecham aos marginalizados. Se você visitar uns bairros pobres na periferia de sua pequena cidade, algumas casas feitas de lona e crianças seminus pelas ruelas mostrará que nesse novo século as penúrias continuam tendo endereço. Dizia Ada: “Isso faz a mancha de vergonha”, tantas vezes aumentada um século depois. Há que se perguntar: -Se séculos depois, com o aumento da produção alimentícia, que faz brasileiros produzirem soja para orientais e carne para Russos suficiente para enriquecer tantos, por que a fome inda grassa no próprio país campeão de produtividade, e, pior ainda, nos ricos paises compradores? Por que continuamos negociando a fome de tantas coisas num mundo que evoluiu tanto?!
É a vergonha manchando ainda o plano (des)ordenado, onde os irmãos de vozes desconhecidas são barrados pelos guardas das casas ditas do povo!
Você, ledor, que tem sua casa, sabe que em nosso país ainda albergamos pessoas que não têm luz, água encanada, latrina, banho, geladeira, tv, gás...então coloque-se nessa situação de buscar água no brejo, de usar lamparinas a querosene, fossas no fundo sob casinhas...voce consegue se imaginar sem geladeira, por exemplo? Sem uma torneira de água limpa? Sem energia elétrica? Esses sem voz vivem isso! Lembrando que estamos em pleno século XXI!
Dizia Ada:”Dê uma chance à eternidade!”
sergiodonadio.blospot.com

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