domingo, 1 de janeiro de 2012

FELIZ ANO NOVO!


O tempo...
Para que o tempo se clareou o dia?
As arestas do morro brilham,
As folhas acordam o verde,
O orvalho se despede, choramingas...
Que tempo,
Se para tanto somamos minutos?
Apenas motivos para o absoluto.
Os raios de sol amanhecem antes
No cimo da montanha e descobrem
O verde escuro das árvores,
Elas sorriem... olhem... elas sorriem!
As águas transparecem a cor
Que emprestam ao silvo fino,
Ouvido da pedra, quando escuro.

Vem sol, beija nossas mãos,
Que não alcançam o que desenham
Os olhos na ribanceira...
Vem sol, abraça-nos a alma,
Passeia em nossos leitos
As sombras que produzes,
Procura, no recôndito, a tua!
Nossos braços curtos não alçam
À amplitude, mas têm a mesma ânsia
De criar a luz. Apóia a mão sobre
Nossa febre, dá teu beijo, consola
Velhas vivências, traz, desse
Horizonte lívido a boa nova!

Mostra de que solo tiraste a flor,
Branca, inovada, cheirosa, ensina
Que podemos florir nossa manhã!
Mostra, de teu horto o malmequer
Esquecido, a exemplo de minha dor.
Com teu afago silencioso junta
As folhas que desfolhei ao vento,
Deixa voar para o horizonte
A notícia de que é novo o dia!
Maternal manhã acalma essa dor,
Lembras minha mãe a curar febres,
A aplacar os escuros de meus eus,
A dar vida aos sonhos tantos!





Vem envolver em teu manto
A prometida nova era!
Quando vens, sussurram vozes,
Nasce o claro que anima arestas.
Com essas cores é novo dia!
A céu azul o dia pinta cores,
Os troncos pensos, suas raízes,
Embala sonhos, que é maior
A alma que o tempo medido
Nos ponteiros desses relógios.

Então, para que marcar o tempo,
Se profana a aurora e faz rugas,
Branqueia cabelos, cansa gestos
E exuma a solidão de antes?
Tempo medido que escurece
A primavera em nós e
Custa tantas dores...
È tempo, enfim, de sonhar o novo,
Crescente círculo de otimismos.
Nítida voz que, rainha entre trevas,
Dorme na lembrança
E é real como esperança!

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