Do livro
“resgate das
palavras vazias”
De tardezinha,
Quando as
passarinhas voltam,
Conscientes de
alimentar pintainhos,
É que aprendo
a lição delas:
Ir longe, mas
não esquecer o ninho.
As chagas
recentes
Escondem as
antigas,
Cicatrizadas.
As chagas
recentes
São mais
doídas...
As chagas
recentes
Expõem a
fraqueza
Contumaz dos
anos...
Chagados.
Por onde
começar
A suturar as
feridas?
Os pés
sangrados
Querem ser
curados,
As mãos
calejadas,
O pescoço
doído, mas
A chaga mais
recente
Ainda é a
vida
Encontrada
perdida.
Pois é...
Às vezes é de
ré que se anda
Para contornar
obstáculos.
Sobre os
direitos humanos
É provável
que esteja solto
O matador da
mulher
Voltada das
compras.
Preso está o viúvo
Em sua dor
sem conta...
Eu tive
sonhos,
Joguei-os
fora,
Sabedor de
que
Não era hora
De ter sonhos
Sem remorso,
Agora que os
feitos
Ficam no
passado
E as
irrealidades
Se apresentam
Impunes...
No futuro,
Eu tenho
sonhos
Ainda puros.
São árvores
que frutificam
Essas que estão
florindo,
Como as
futuras mamães
Em sua plena
infância...
Brasília
Fomos visitar
a cidade
nova.
Ela não tem
história,
Só promete
futuros...
É bom ver
plantarem
Tanta esperança...
O namorado
do namorado
Homofobicamente
Não é
parente...
Discretamente
Quem sabe
O poluto saiba
Que o
impoluto
É que vence...
Demora
O saber
esperar.
Mas um dia
Vai chegar...
Mais que o
canto
O encanto.
Assim é a ópera
E seu
canto...
Tá no tempo
De escrever
gritado.
Cansei de
escrever
Baixinho cochichando
versos
amargos...
A dor segura
o ímpeto
De passear
pelas vidas...
Aqui há de
sedar
A parte
esquecida.
Nem tudo que
se visita
Pode ser
ideograma.
O que não está
escrito
No verso é filigrana...
Nem todo amor
prometido
Termina em
cama.
Passamos da
hora de saber,
Estamos na
hora não prevista
Do que tem
para acontecer
Não é capa de
revista...
Sei... Não
sei que sei,
Mas vou
levando e sou levado
Ao primórdio
do saber.
Talvez saber-me
seja lógico,
Sei-me agora
mais ignaro
Que antes de
ser esse otário,
Porque agora
conscientizo
De meu livre
arbítrio livre
De quanto
valerá meu grito!
Um pouco à
esquerda
Encontra-se a
felicidade...
As experiências
são laváveis.
Um passo
apenas,
Apenas o
esticar do braço
Ao abraço
disponível,
Louvável ser
sempre
Um pouco à
esquerda,
Ao alcance,
se não do abraço,
Do olhar
esgarço.
Pela sonda
Em todo
oceano
Passa a vida
Do insano...
O quietar
do corpo
Liberta
a inquietação
Da alma
Esta cidade,
sem ruínas,
Como contar
sua historia?
De memória?
Uma cidade só
ruínas
Reconta sua
história
Dentro da
outra história
Escribas
O escrever, às
vezes,
É um grito
Por socorro,
Às vezes, não
nego,
É um eco.
Transformo o
choro
Em riso,
O riso em espectro.
Ponho vírgulas
Que mudam
O sentido,
De assombramento
Em aviso,
Onde rimos
juntos,
Eu e o acento.
Por fim o
papel estrila,
Resolve
Que não mais
quer
Ser a quina.
Talvez o oleado
aceite
Esta ideia de
deleite
E sina.
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