sábado, 14 de junho de 2014





                             Miguel Nicolelis, um brasileiro


Um brasileiro, como tantos, radicado no Estados Unidos, comanda uma equipe de cientistas patrocinada por empresas privadas e com verbas do governo, o que viabiliza, depois de muitos estudos, um chip que, implantado no cérebro, revitalizará o comando para mobilização de membros paralisados por seqüelas de toda ordem. Esses estudos em experiências com macacos já surtem efeito, e passada a fase de rejeição em alguns casos, serão implantados em seres humanos que perderam os movimentos de pernas e braços. O sucesso com as experiências direciona os holofotes sobre o brasileiro, que gosta de futebol, de música, e mesmo vivendo fora por anos não perdeu sua ligação com o país de origem.
Em entrevista o Dr. Nicolelis discorre sobre sua trajetória, o porquê da saída do Brasil, a falta de apoio para suas pesquisas aqui, a baixa remuneração... Todos os motivos de tantos cérebros que partem para buscar oportunidades onde elas são ofertadas. Agora volta suas atenções para cá, montando em Natal, no Rio Grande do Norte, um posto avançado do laboratório, o primeiro fora dos Estados |Unidos, um braço de seu trabalho que é operado por cientistas brasileiros que voltam do exterior e dão vida às suas experiências, e são remunerados com o mesmo ganho que auferem na central de lá. Perguntado por que o Brasil como primeiro campo, de doze planejados, respondeu que, lá fora o país é visto como muito promissor na área, e, por que é brasileiro!
Não foi o primeiro e não será o último, Dr. Miguel, a se ver forçado a emigrar ou se ver exilado pelas forças regressivas da nação. Mas, como muitos outros, não perdeu sua nacionalidade no âmago dos sentimentos. Este médico paulistano formou-se na Universidade de São Paulo e hoje lidera um grupo de pesquisadores na Universidade Duke, nos Estados Unidos, que está na vanguarda das tentativas de integrar o cérebro humano com a máquina. Também lidera o projeto do Instituto de Neurociência em Natal, RN

Publicado na Revista da Cidade  em 2007

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