domingo, 22 de outubro de 2017

Desajeitos


“Os amargos da vida não contam”.
- Disse-me o sábio Araujo.
Perdi-me nas incongruências
Do dia a dia, naqueles minutos…
Aqueles minutos não valem tanto,
Além de cada exato minuto.
Depois… Ouço uma música,
Penso um poema… Como um brioche
Mas não pulo a cerca, a contorno!
Sigo umas pegadas na areia
E me distraio com elas
Pulando amarelinhas enquanto
Baixa a glicose, na ameaça diabetes…
Canso as pernas, ergo a cabeça,
Vejo ao longe o sol se pondo
A ensinar-me vencer a tristeza:
Fechar os olhos ao escurecer
Das sombras desse arrebol…
Depois, bem, depois acendo a luz,
Volto a reler um livro relido
Que me dá chance ao apelo
De me descontrair a fronte
E essas rugas de zelo.

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