domingo, 7 de outubro de 2018


Ciclos (in)governáveis
Comecemos este ciclo de meias verdades.
Eleito o próximo burgo desta burguesia
Façamos as contas das travas à idolatria:
Quantos votos será preciso para governar
As próprias pernas doridas de caminhar
Sozinho?
Todas as formas de ceder serão visitadas,
Dos favores prometidos, imerecidos,
À disfunção de privilégios, à larga...
Assim veremos o zarpar do barco,
A baía cheia de “cadáveres” a interromper
O passo mal dado.
Quem será o mais chegado visitante
Desse legado?
Façamos desse ciclo verdades inteiras,
Fora das fanfarronices, das bebedeiras...
Há ainda pais educando filhos a palmada
E filhos dando de ombros à autoridade...
Seremos assim cidadãos da palmatória?
Vermos assim as pedras desfazerem-se
Nas ruelas esburacadas?
Sermos novamente os bobos desta corte
Dissimulada?
Então, o que seremos agora, abertas
As últimas urnas encalacradas
Desse votatório?
Que cartório vai autenticar
Que eras tu, Cura, o próximo Brutus
Dessa empreitada?
Todas as vezes elegidos foram
Salvos das denúncias fraudadas,
Depois contaminados.
As más gestões cobram um preço
Muito alto aos retardatários.
Assim como seremos sempre
Necessários neste dia, apenas neste.
Depois desnecessariados...
Outra vez o passo manca?
Quem será o privilegiado
Desse legado?
Somos uma turba interessante...
Olhe bem o sorriso do eleitorado,
A promessa em troco da promessa,
O voto desmembrado da decência
Não é voto, é um cabresto
Desavergonhado.
Que é das ruelas esburacadas?
Novamente abobalhados votamos
Na pessoa errada?
Então, o que seremos agora,
amarfanhados nesse voto, De otários?
Pensar que não merecemos tanto...
Apenas licenciosidades sobre a mesa
E uma espera que não finda cedo
Tornando velhacos os meninos lesos.
Espera aí, senhores, que a história
É feita de demoras e sossegos,
Depois de lufa lufa pelo voto
O aviltamento da ética pelo peso.
Como serás amanhã cedo, sendo
Metafórica amanhã o todo sempre
Neste futuro que encaras à frente.
As manhãs dos amanhãs virão
Caindo pedras desse dominó
Manchado pela ação de cada dia,
Derrubadas pela mão do afago.
Quem pode garantir estes vindouros
Dias melhores que o passado?
Serás tu, Cura, o pródigo governado?
Ou governarás tua cabeça
A vida de milhares?
Desgraçado é aquele prometido
E mal pago.
Veremos se a euforia faz sentido
Depois do amanhã certificado.
A plebe que exalta não é mendiga,
O burgo deve ser bem governado
Que a volta da roldana é o perigo
Atropelando vossas senhorias
Se ficarem prostrados em abrigos.
Comecemos este ciclo sem meias
verdades, eleito o burgo desta burguesia
Faça conta das travas à idolatria.
Terás as pernas que são preciso
Para caminhares só ao desabrigo?
Enquanto as pedras se desfazem,
Outras caminharão contigo.

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