domingo, 27 de outubro de 2019






A FORÇA DA EXPRESSÃO
 FLUIDAL
DA REFLEXÃO








Quantas manias
Afloram da ocupação
Indevida das artes...
Assim defloram
A própria arte.









Caminhos

Caminhos
Caminhos
Caminhos
Caminhos
Caminhos
Caminhos...
Descaminho.





Reverso

Uma vez
Fiz um verso...
Depois o verso
Me fez...
Mas o belo do verso
É a perseverança
De refazer-se
Cada vez...







Primeiro
Injuriou a palavra,
Depois
Deitou à palavra o verbo,
Feito do verbo verso
Pede, de mãos postas,
A adjudicação
Do certo.





Desenho

A mão solta na tela,
Espaço para compor
A ilusão de estar-se...
Extensão do ser
Que te habita
E te eleva à liberdade
Infinita...






No mais das vezes
O que te põe neutro
Olhando as pedras
Desse aconchego
No cobrir da brisa
Que os faz ilesos...
A plena forma
De poder ungi-los
De forma que as pedras
Ao seu sigilo
Calam-te a voz
De estrilos tesos...






Pontas pênsis

Ao colher das lágrimas
Confiro as fomes
Que urgem interferir
Nas agruras assistidas
Sob pontas pênsis
Dessa vã matriz...
O mendicante fraco
Que se expõe à raiva
E se submete ladre
Ao covil dos cães
Sufocados em grade
De lavagens podres
Que lhes dão patrões...
Ao colher das lágrimas
Visto essa camisa
De servir-lhes pães...

Indulto

Ao recordar sonhos
Trabalhar à sombra
Dessas Ideias devolutas
D’outras fases indultas...
Plausíveis, implausíveis,
Interessa mais a luta
Pelo vencido teor momentâneo...
D’onde escorre, pelas veias,
A formação de novas ideias
Vistas como utopistas,
E, enfim,
Realizáveis plenas
Em disputa...
sergiodonadio



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