sábado, 12 de outubro de 2019


Aos meus netos, e outros...
Quero lhes mostrar os cheiros da vida
A acalmar os nervos a pose sentida
a mão que agita o vento nos galhos,

na brisa que o mar alisa e volta das balsas vazias, das mãos pescadoras, enguias, águas vivas, lamentadoras.
A santa espera por um novo cristo
andando sobre águas turbas dos dias.
Eu vou lhes mostrar morros que uivam
seus consoles lentos, suas alegorias
de vacas pastando o pascer das vidas.
O quanto levita um ser que se esguia
por entre as folhagens de volta ao dia
da iniciação a cada corrida, vou lhes mostrar caminhos para a vida, aquela inventada por um deus de chegada
A um deus de partida, uma estrela fechando sua prima afasia.
Portas entre religiosidade e templos
regados de vinho a fé em incensos.
Entre os arvoredos a obra florindo
meu deus, o criador das vidas que perambulam e não se fixam nas raízes atrevidas entre formigas, lagartas borboletas, seres primevos dessa lida
De erros inconsumíveis. Vou lhes mostrar o quanto dói morrer aos pouquinhos
Entre bêbedos da noite a esvaziar-se neles sem segui-los, falíveis erráticos seres entre as vidas perenes das árvores manifestações de um deus que dá vidas e pede guarida nas horas desabridas... Esta é minha igreja, mostrada nos dias, ao sol das ribeiras nas flores floridas pedras lisas entre meninos correndo suas lidas.
No vento das quinas
Quero lhes mostrar os cheiros da vida
Que lhes dá guarida.
sergiodonadio

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