quinta-feira, 30 de junho de 2011

ensejo


A poesia deve perfurar paredes,
Mentes reacionárias, vadiações
Do tipo não sabe nada...

A poesia deve sangrar os poros,
Chacoalhar miolos nas variações
Das frases natas...

A poesia deve morar na lagarta
Que explode de seu casulo
E colore-se borboleta...

A poesia deve ser pura para impuros
E impura pra os puristas, sem
A náusea provocada pela ira.

Que a poesia é voz, não é mania,
É como que seria providência,
Não a penitência do culpado.

A poesia escuta o mal falado
E explica a datação carbônica
De cada ato, desde o ranço.

A poesia é para ser a recriação
Do fato, mesmo do que ainda
Está por acontecer.

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