domingo, 9 de novembro de 2014

De mãos dadas
Percorremos trechos vertiginosos
Onde o tempo, que covarde,
Faz-se sentir sem dar respaldo
Às dores senis de não ser mais
Como fora, deixar-se de ser
O que não era... Sem perceber.
O que se passa com esses moços?
Esses, que se assentam em poses
E não se sabem envelhecendo
Na postura de ideias... Novas (?)
Mas, que poderiam se mover
Envelhecendo sem envilecer.
O que será desse tempo lerdo,
Levado tardo ao assédio
De um teclado por amigo
E esta tela acesa por caderno?
O que se passa contigo, amigo?
O que seremos, aqui assentados
Sobre louros desse passado
Que nem é vosso ou nosso?
O que pretendes fazer das letras,
Essas, quebradas por figurinhas,
Que passam a ter vida nas teclas finas?
O tempo, enfim não é o covarde,
É tão sincero que diz sua parte,
Por dores de nosso retardo,
Que somos nós, desacordados,
Não mais vivemos os sóis das manhãs,
A fresca das tardes... Percorrendo
trechos vertiginosos aviltados.

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