domingo, 9 de setembro de 2018


Velhos senhores
Guardam experiência
Como amuletos,
Os tempos passados
Guardam saudades,
Os dias hoje
Guardam surpresas...
Velhos senhores
Acariciam suas dores
E se vangloriam
De tê-las vivido
Uma a uma...
E pavoneiam
Sua longa vantagem
Sobre meninos...






Eu pinto as cores
Com que vejo o mundo...
Às vezes amarelo,
Às vezes azul profundo...
O escuro das cores cinzas
Cursam meu caminho
Entre a nascente lua
E o sol invernado...
Eu pinto em cores
O que vejo manchado
Com o sangue vivo
Dos condenados...









Tudo que perdemos
Não volta atrás...
Foram-se as verdades
Das tardes floridas...
Foram-se as mentiras
Proferidas...
Perdidas nessa miríade
De vidas...













Toda raiva passa,
Todo ódio se acalma,
Mas o amor, se verdadeiro,
Não esvanece...








Interessante observar
Que o amor
Mais tira do que dá...






Quando tudo aborrece,
Até o dia
Quando nos amanhece...









Os anos passaram...
As chances se foram?
Aguardo à porta da idade
A louvação dos louros.





Os píncaros das montanhas
Se derreteram em gusa,
As corredeiras das águas
Se represaram em furna,
Até quando machucaremos
A crosta dessa terra em fogo
Dessa forma uma?












Minha cidade sou eu

Bateste à porta da minha cidade
Pedindo por abrigo em caridade,
Somamos esforços ao degelo
Por quem chega ou parte...

Viajamos junto nossas vontades
Nesta cidade de alvoroço e fome,
Alguém, assim parecendo velho,
Caminhando lento à veracidade.

Nos acomodamos à esta porta,
Fumamos os fumos proibidos
Pelas elites de chaminés altas...

Descubro ao assombro que
Minha cidade sou apenas eu
No apagar das luzes... Tarde...




Ah... Minha cara,
Quantas caras
Encaras?





Em 28 anos no Congresso, Bolsonaro apresentou 171 projetos de lei, de lei complementar, de decreto de legislativo e propostas de emenda à Constituição 







Finados

O tempo aqui
É um dia demorado...
Ver, lendo em cada lápide,
Sua morte.
E vejo,
de passado em passado,
de cada nome lido,
sua sorte.











Atenciosamente

Até você,
Senhor dos abastados?
Até você,
Mendigo das derrotas?
Contadores de estórias várias...
Mesmo você,
Amigo d’outra sorte?
Em todos um pouco d’outro,
Encrustado em suas habilidades...
Até você?
Que nunca fez nada,
Destes nadas tens tua história!
A ser contada dentre as guerras
A paz programada!







Até você?
Mulher de tal beleza,
Chegas ao momento
Da fé não ser nada
Entre os nadas da realeza...
Até você,
Banqueiro biliardário?
Parece ter-se mendigado
Deste menino o trono
Que, em não tendo nada,
Do mundo livre
Faz-se dono.


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Combinamos ser fiéis

Combinamos ser fiéis
Aos nossos desejos,
Adentramos em nós,
Perscrutamos
O de dentro de nós,
Nos locupletamos
Com nossas vontades
De viver e conviver,
Embora contrários,
Acessíveis aos nossos
Diferentes pontos de vista.
Combinamos ser fiéis
E nos fartamos da memória
De sermos comedidos,
Ou desavergonhados,
De nossos ultrajes,
Como se fôssemos outros
Antes de sermos o que
Nos viabilizamos ser.


Não precisas morrer
Para que o outro viva,
Apenas viver-se
Nessa esquiva...







A causa desses ataques
Tem solidez infundida:
Desde a raiva partidária
À motivação suicida...






A conjunção de dois
Em uma batalha
É a vil terminância
Em mortalha...





Quando todos dormem

Elejo a noite como minha
E posso dialogar
Com o outro eu
Que antes não me vinha...






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