Tempos de
águas
O dia
ontem se foi ontem...
O dia
hoje se está indo...
O que
fazer para esperar
O dia
amanhã amanhecer?
Amanhã sem fim
É a
aliteração das águas
Prenunciadas
boas...
Mesmo que
corram
As casas
idas nessas águas
Seremos
novos
No dia
amanhã,
Na
saudade dos ontens,
Levados
nessas águas
Passadas...
Intensidades
Neste
duro céu
Que nos
assiste
Há uma
passividade
Incompreendida
Que nos
traz à tarde
A noite
ida...
Neste
duro céu
A
promessa se horizonta,
A paz que
presenteia
Ao por do
sol de hoje
A visão
do infinito
Acreditado
segredo
Que nos põe
medo
E nos
encanta a volúpia
Deste
momento tenso
De fim de
luta...
A palavra
na poesia
A palavra
que na poesia aflora
Seria
fácil no romper da aurora...
Na paz
advinda desse promontório,
Se todos
entendessem
O que se
passa no verso,
Inverso
do sentimento adverso,
Seria a
poesia a palavra final,
A interrupção
das guerras
Que a nós
tanto faz mal.
A palavra
na poesia sussurra
Uma ordem
absoluta
De
mandado esquecer o ódio,
Que pode
ser maior que o amor,
Bem menos
consistente à dor,
Cicatrizada
ferida
Que
sangrou a alma...
E se foi.
Despreparo
Somos
humanos
No limite
de ser,
Conjugados
ao que seria
- Poder!
Partimos
deste princípio,
Para
poder,
Entre
outros, o de matar,
Evitando
morrer...
O que nos
falta?
Querer
ser racionais?
Se não des
racionamos
Nosso
viver insano...
No dia a
dia somos humanos
E isto, a
nosso entender,
Perdoa
atos falhos
Aos
despreparados
A
ceder...
Entre os
dedos dos mortos
Entre os
dedos dos mortos
Está a
verdade afinal
Sob as
unhas unhadas,
Vestígio
de sangue e raiva
Entre
mãos espalmadas...
O pedido
de perdão?
As veias
expostas
Dizem a
verdade da idade,
Queiras
ou não...
Com a
história dos desmentidos
De
então...
O ano em
que cheguei
Foi no
pós-guerra,
Havia um
murmúrio pelas ruas,
Um
silêncio abrasador
Sobre as
cenas peculiares,
Charangas
vendendo roupas
E
talheres... Em chão batido.
O ano em
que cheguei
Foi um
tempo de friagens,
Talvez um
frio nas almas,
Ou apenas
a desconfiança
Aos meus
ascendentes itálicos...
Com os
asiáticos era pior ainda,
Mas
estávamos aqui,
Famílias
enormes, dez enxadas,
O poder
nas mãos do prolixo...
O ano em
que cheguei
O mundo
estava mudado...
A espera
tinha acabado
Em nova
era, de paz.
sergiodonadio
Comércio
Somos
comprados
E
vendidos muitas vezes...
Mas não
fazemos ideia
De nosso
valor.
Só se
vive
Uma vida...
De cada
vez...
Motivamentos
Eu choro
às vezes...
O motivo?
Pelas
alegrias,
Pelas
tristezas,
Pela
aspereza dos fatos,
Pela
vileza dos boatos...
Mas não
choro pela morte
De alguém
próximo de mim,
Ou
distanciado...
Talvez
pelos que ficam.
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