domingo, 17 de abril de 2011

dimensidades


Vive-se ao mar as dores do mar.
Vive-se à terra as dores da terra,
Que aqui nos vamos a navegar
O esquecimento das quimeras.

Pelo imenso vazio dessas águas
Podemos dormir, comer, dançar,
Não podemos é esquecer a força
Dessas ondas dementadas ao mar,

Fronteiras do que há de ausências
Entre portos e o restante corpos
Doídos mas satisfeitos por isso,
De não ser agora que se vá doer

Entre o ir e o ficar em cada lar.
Nosso lugar é o aqui e o agora,
E aonde mais possamos navegar.
Entre ir ou ficar é preciso definir

O que se aspira respirar.
Aqui somos nós, mais que antes,
Mais que depois, dos amanhãs.
Que o amanhã já é hoje ensilado






No fuso de se esperar o momento
Que nos dê finalmente Gibraltar.
O que ficou está presente entre
O horizonte azul e o solo de tapetes

A remexer-se no balanço em nós,
Navegantes sem noção de navegar.
O forte dessa magia é justamente
Esperar o expirar de cada dia.

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