domingo, 17 de abril de 2011

pire


A vida é esta caverna
De tempos imemoriais,
Donde trouxemos desenhos
E formas descomunais.

É esta fonte pendurada
Nos estalactites que somos
A gotejar estalagmites
Disformes...

Das eras de pedras lascas
Às eras de perdas laicas
O que somos mais que fósseis
Desses memoriais?

Apenas o que caçamos...
E se cassamos demais
Seremos tanto humanos
Quanto animais.

A vida, esta caverna,
É só um momento a mais
Nesses dentes afiados
De caçar.



aleivosias


É hora de sentar-se
Frente o próprio eu, dialogar com ele,
Ouvir dele a aspiração das verdades...
Talvez absolutas, talvez tardas,
Mas presentes nesta hora
De sentar.

Nesta hora de meditar
É tempo das sinceridades, de olhares
Fixos na expressão do rosto,
Este num espelho fosco
De mentiras antigas, quase verdades,
Mas inda podres.

É hora de soltar-se
Do aleive necessário antes,
valorizar o instante, quando ruborizam
as faces envergonhadas
e posam sorrisos esmaecidos
pelo juízo.

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