sábado, 10 de julho de 2010

Extenues


Esses barcos fantasmas
Sacodem a água de redor
Trazem os amigos passados
De um passado tão pior
Que a evolução deixou ficar
Entre os resíduos do pó.

Esses barcos...ah, esses barcos
Que trafegam nas sombras
Dos pensamentos obscuros
E procuram a lágrima
Onde havia de sorrir
Antes das águas virarem raiz.

Esses barcos emborcados
À idéia de sofrer amanhãs
Ainda navegam límpidos
Sobre as idéias que fugiram
De memórias lesadas e
Se põem à mostra da dor.

Esses barcos, esses barcos
Apenas navegam sonhos
Que se foram com os vãos
De fatos sangrados à dor
E sufocam o que seria
Força de rebentar o não ir.

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