terça-feira, 17 de março de 2015



Visão poética


Um modo de entender
A visão poética das coisas
É ver o que não está...
Nas árvores de sua rua,
Nas pedras da calçada,
No olhar das crianças...
Tudo o que não está
É o que interessa
Para viver-lhas.

Agora que conseguiste
Os dês proeza de olhar
Os invisíveis
(que outros o sabem)
É o momento de poesia
Em sua imensa vista
De olhares ao facto
Tudo o que não está
É o que interessa.






Convite


Venham...
Venham ver o dia amanhecendo
Outra vez,
Silencioso, numeroso de imagens,
Poderoso de acordes...
Venham...
Venham viver o amanhecer,
Mesmo que tarde,
Possuído das formas líquidas
Deste mundo água
Entre as madrugadas e
O sol a pique.
Venham espairecer as mágoas
De seu atribulado ganhar do pão
As dores desse cansaço
De viver-las, pobres, modorrentas
Tardes de ganhar dinheiros
E raivas...
Venham ver que o dia tarda
A esperar seu olhar que extasia
Entre as necessidades do seu dia
E o seu dia de amenidades,
Simples horas de espreita
Dessa tarde,

Música


Nos olhares de canções novas
Uma estripulia de falares...
Disciplinem-se, palavras!
Obedeçam a ordem dada sobre
As coisas concretas e as
Abstratas.

Todas estão aqui, numa mesma
Frase, expondo o quanto pode
O senhor das idéias dizer
Das outras, as pornográficas
Interpretações das frases
Ditas n’água.

Trareis para vós lenços de seda,
Uma anágua, uma combinação,
Das vestes que não se vestem
Mais, desvestindo a moral,
Amoralmente deixada cair,
Apaziguada.

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